Descrição de chapéu Facebook

'Perdi muito dinheiro? Sim, mas ganhei paz', diz vendedora em dia de apagão das redes sociais

Em meio a instabilidade do WhatsApp, Instagram e Facebook, pessoas se dividem entre alívio de detox das redes sociais e prejuízo no trabalho

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São Paulo

“Olá, literalmente, todo mundo”, postou a conta oficial do Twitter, nesta terça-feira (4), uma das únicas redes sociais que restaram em meio ao apagão do WhatsApp, do Instagram e do Facebook.

Sobrevivente das instabilidades, o Twitter foi inundado por memes sobre o dia sem redes sociais. Além disso, usuários comentavam sobre outras redes que poderiam ser usadas, como o Telegram, que ficou como um dos assuntos mais comentados do dia —até o finado Orkut também entrou para a lista de temas mais comentados ao longo do dia.

Facebook, Whatsapp e Instagram que passaram por apagão durante horas desta segunda-feira (4)
Facebook, Whatsapp e Instagram que passaram por apagão durante horas desta segunda-feira (4) - Dado Ruvic/Reuters

Além disso, os usuários usaram o Twitter também para as lamentações. As reclamações foram desde os motivos mais simples, como uma fofoca que ficou incompleta ou a espera da resposta de um paquera, até os mais complexos como aqueles que dependem dos aplicativos para trabalhar e ficaram impossibilitados de realizar uma venda.

Após o apagão que durou mais de sete horas, a fortuna pessoal de Mark Zuckerberg, cofundador e principal acionista do Facebook, diminuiu US$ 6,1 bilhões (R$ 33 bilhões).

Quem depende das redes sociais para trabalhar ou vender serviços também terminou o dia no prejuízo, embora algumas pessoas tenham comemorado o alívio de passar tanto tempo longe da internet.

É o caso da paulista Jade Tagliaferro, 26, que tem três celulares —um para cada trabalho— e é por meio do WhatsApp de cada um dos números que ela realiza vendas de cursos. Quando ela começou o dia, tinha 30 conversas para responder em apenas um dos aparelhos. E, com a queda da rede, veio o desespero. Mas, o sentimento durou pouco.

“Como sou comissionada, dependo do número de vendas por dia, por isso, com quanto mais pessoas eu falo, mais eu ganho. Preciso do WhatsApp para iniciar negociações, começar um assunto e marcar uma reunião. No primeiro momento foi bem desesperador [ficar sem o aplicativo], mas quando vi que não teria que ficar respondendo um monte de gente, bateu um alívio”, diz ela, que define ter sentido “como a vida é boa sem os aplicativos”.

“Quando você é vendedor tem essa vontade de responder rápido e ganhar atenção porque é nisso que se fecha uma venda”, diz ela que analisou o saldo do dia: “Perdi muito dinheiro? Sim, mas ganhei paz.”

A publicitária soteropolitana Emile Brito, 30, compadece do sentimento de Jade. Antes mesmo do WhatsApp cair, ela comentava como as notificações do aplicativo irritam. “Me sinto ansiosa quando a plataforma tá no ar porque sinto uma pressão de ter que responder e estar ali o tempo todo”, afirma.

Por isso, quando o aplicativo caiu, ela não achou ruim. “Hoje, me senti um pouco mais livre dessa pressão”, afirma ela, que seguiu o dia com reuniões por aplicativos e seguiu o planejamento diário quase normal. Isso porque o Instagram é a sua principal rede de trabalho. “Não poder postar atrapalhou o rendimento, mas, fora isso, concluí minhas tarefas sem a ansiedade me acompanhando”, disse.

Em Manaus, Alessandra da Silva, 27, vende imóveis e automóveis. Ela depende do WhatsApp para falar com os clientes e do Facebook para divulgar apartamentos e carros. E, além do apagão das redes sociais, ela teve ainda que lidar com a instabilidade da operadora de telefonia e internet.

"Achávamos que era problema da internet da empresa, quando descobri o que tinha acontecido, avisei que perderíamos as vendas do dia. Ficamos esperando e conversando”, diz ela, que pelo marasmo do dia terminou mais cedo o expediente. “Não conseguimos remarcar nossos clientes, foi uma demanda muito pequena, praticamente um dia perdido.”

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