Homem é encontrado em tubo da obra de alargamento da praia em Balneário Camboriú

Em situação de rua, ele foi abordado pela equipe de assistência social da prefeitura

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Porto Alegre

Um homem foi abordado por uma equipe de assistência social da prefeitura de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, dentro de uma das tubulações usadas na obra de alargamento da faixa de areia da praia da cidade, na manhã desta segunda-feira (8).

Segundo informações da prefeitura, o homem tem entre 32 e 35 anos, é de Londrina (PR), teria chegado recentemente à cidade e está em situação de rua.

Ele chamou a atenção por improvisar um varal, junto à tubulação que estava na areia, e estender roupas usando o cerquite, espécie de cerca de plástico, que limita a área da praia ainda isolada e com acesso proibido.

Parte já liberada da praia Balneário Camboriú após a ampliação da faixa de areia
Parte já liberada da praia Balneário Camboriú após a ampliação da faixa de areia - Kaio Garcia - 27.set.21/PMBC

Ainda de acordo com informações da prefeitura, ele foi abordado por volta das 7h, e não quis ser levado à Casa de Passagem do Migrante, local que recebe pessoas em situação de rua.

"Ele disse que não queria, preferia ficar na rua, que ganhava esmola. Consultamos o nome dele, nada constava contra ele. Ofertamos oportunidades de trabalho, ele disse que não queria, que não precisava de nada de prefeitura", conta Roberto Pereira de Faria, diretor-geral de Desenvolvimento e Inclusão Social, responsável pela equipe do Resgate Social e pela Casa de Passagem.

Faria participou da abordagem ao homem e conta que o caso foi o primeiro do tipo registrado nessa situação desde a obra de alargamento da praia. Em outras ocasiões, equipes flagraram pessoas tentando se abrigar nos tubos, mas pediram que se retirassem.

"Nós fazemos fiscalizações durante o dia, a pé. A tubulação tem um diâmetro grande, então, é visível. A gente já verificou pessoas que queriam se alojar e não deixamos", diz ele.

O caso desta segunda-feira ocorreu na mesma região onde outras pessoas ficaram atoladas enquanto caminhavam na areia ainda não estabilizada há poucas semanas, no pontal norte.

A tubulação usada como abrigo pelo homem operava na obra de ampliação da faixa de areia com uma ponta na praia e outra no mar. Por ela, a draga jogava areia retirada de jazidas a 15 quilômetros da costa e misturava com água, para ser despejada na praia como areia nova, que era espalhada por máquinas.

No fim de semana do feriado de Finados, os trabalhos com a draga foram concluídos e começou o processo de retirada de toda a tubulação.

Os tubos que estavam dentro da água foram retirados no último fim de semana e agora estão sendo transportados para região do pontal norte, onde serão carregados e levados embora. Como há circulação de máquinas na área, ela segue cercada.

A previsão é que toda a faixa de areia ampliada na obra que iniciou no final de agosto seja liberada nas próximas semanas, segundo o poder público municipal. Dos 5,8 quilômetros de faixa total, 1,8 quilômetro ainda está interditado, no trecho entre a rua 1.800 e o pontal norte.

A obra deve triplicar a faixa de areia da cidade litorânea, passando de 25 metros até o mar para 75 metros —com possibilidade de retração de até 5 metros após um período de assentamento.

O objetivo da obra é recuperar a praia como era nos anos 1950 e acomodar o fluxo intenso de veranistas, turistas ou moradores, que já não era comportado pelo espaço disponível na faixa de areia atual, explicou à Folha o coordenador da obra de aterro da praia, Rubens Spernau, em outubro.

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