Descrição de chapéu Obituário Maria Luíza Fernandes (1937 - 2021)

Mortes: Alegre, forrozeira e generosa, amou os netos intensamente

Maria Luíza Fernandes morreu aos 83 anos por complicações de uma pneumonia

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São Paulo

A dona de casa Maria Luíza Fernandes era uma pessoa musical. Gostava de cantar os repertórios dos artistas da sua época, como as canções de Luiz Gonzaga, por exemplo. Maria chegou a ganhar do pai uma sanfona e um violão, mas era cantoria que a fazia feliz.

No ritmo dado à sua vida não faltavam alegria e certo otimismo. Dizia que o importante era viver o hoje e aproveitar as oportunidades. "Pé de valsa", Maria arrasava no forró, segundo a funcionária pública Maria Juscilene Fernandes, 51, uma das filhas.

Natural de Meruoca (CE), Maria tinha muitos irmãos e foi criada na roça. Mesmo criança, ajudava no sustento da família com a produção de chapéu de palha e auxiliava na criação dos sobrinhos.

Senhora de cabelos brancos na altura dos ombros, de blusa amarela e calça azul, sentada em uma cadeira
Maria Luíza Fernandes (1937-2021) - Arquivo pessoal

Maria nunca frequentou a escola. Aprendeu a ler e escrever aos 15 anos, com a própria família —e se sacrificou para garantir que os filhos não tivessem a mesma vida.

Após um tempo de casamento com José Paulo Fernandes morou um ano longe do marido, pois ele se mudou para São Luís (MA). Assim que se estabeleceu, buscou a Maria e as filhas.

Maria gostava de música, dança e de viajar, mas o maior amor de sua vida eram os netos.

"Ela foi muito importante para minha criação e sempre muito preocupada com toda a família. Alegre e engraçada, parecia que tinha uma aura que fazia com que as pessoas se sentissem acolhidas quando sob os seus cuidados. Isso ficou evidente até nesses últimos anos quando, mesmo muito debilitada, ela continuava mantendo essas características. Sempre me sentia acolhido quando visitava minha família", diz o jornalista Samuel Fernandes, seu neto e repórter da Folha.

"Ela veio de um contexto bastante humilde e de pouco acesso à educação, mas sempre foi muito preocupada com os estudos dos netos. Com certeza ela foi essencial para eu chegar onde estou e por isso serei extremamente grato", completa.

Maria morreu dia 7 de novembro, aos 83 anos, por complicações de uma pneumonia. Viúva, deixa três filhas, netos e bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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