O respeito e a relação amistosa e próxima de seus funcionários eram marcas do professor de química, Ricardo Feltre, fundador da editora Moderna e um dos mais importantes autores de livros didáticos no país.
"Era um sujeito próximo das pessoas, o dono que circulava pela empresa e chamava os funcionários pelo nome. Ele sempre cuidou das pessoas", afirma o diretor-geral da editora, Ângelo Xavier, que conviveu com o professor boa parte dos 32 anos que possui de empresa.
Segundo Ângelo, a simplicidade, o carisma e algumas "sacadas engraçadas", tornavam a conversa com Ricardo agradável.
Em julho de 1968, Ricardo e dois colegas professores —Carlos Marmo e Setsuo Yoshinaga — criaram a Editora Moderna para produzirem, em maior escala, materiais didáticos que já usavam em salas de aula de cursos pré-vestibular.
A Moderna é líder do Programa Nacional do Livro Didático, que atende a 27 milhões de crianças e jovens no país.
Há duas décadas, a empresa pertence ao Grupo Santillana. Nos primeiros dez anos da nova gestão, Ricardo Feltre permaneceu como presidente de honra.
"O professor Feltre transformou o ensino de química para estudantes do ensino médio e formou uma legião de professores e alunos nas últimas décadas. Deixa uma marca importante como empreendedor, quando, com 40 anos de idade, fundou a editora Moderna e construiu uma empresa onde as pessoas sempre foram respeitadas e puderam expressar suas opiniões com liberdade."
"Admiro sua história. É difícil olhar a editora sem vincular à figura dele. Ele deixa um legado na educação, na área da química, empresarial e de gestão", completa Ângelo.
"Ricardo Feltre deu espaço para as pessoas se expressarem e ensinou a levar a vida com alegria e alto astral", ressalta.
O professor morreu na madrugada de 5 de novembro. A causa não foi informada. De acordo com Ângelo, o professor estava internado no Hospital Sírio Libanês. Ele deixa a esposa, dois filhos e netos.
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