PF indicia mais uma vez Vale, Tüv Süd e funcionários por tragédia de Brumadinho

Segunda etapa da investigação foi concluída nesta quinta-feira

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Belo Horizonte

A Polícia Federal indiciou a Vale, a empresa de consultoria Tüv Süd e 19 pessoas pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro de 2019, tragédia que matou 270 pessoas.

A segunda fase das investigações do rompimento da estrutura foi concluída nesta quinta-feira (25), conforme nota divulgada pela PF. Nessa etapa as apurações foram sobre suspeitas de homicídio e crimes ambientais.

Área do bairro Parque da Cachoeira, em Brumadinho, atingida pela lama da barragem da Vale
Vista aérea da lama no bairro Parque da Cachoeira, em Brumadinho, em julho de 2019 - Eduardo Anizelli - 22.jul.2019/Folhapress

As 19 pessoas, que são gerentes, diretores e consultores das duas empresas, foram indiciadas por homicídio com dolo eventual duplamente qualificado pelo emprego de meio que tornou impossível que as vítimas escapassem com vida.

Já a Vale e a Tüv Süd, que fazia a auditoria da barragem, foram indiciadas por crimes ambientais, também imputados pela PF aos 19 gerentes, diretores e consultores das duas companhias.

A primeira etapa da investigação, que envolveu a apuração sobre documentação de declarações de estabilidade da barragem apresentadas à ANM (Agência Nacional de Mineração) e à Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente) foi concluída em 20 de setembro de 2019.

À época foram indiciadas a Vale, a Tüv Süd e 13 funcionários das duas empresas por crime de falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

Em nota, a Vale afirma que colaborou continuamente com as investigações da Polícia Federal. "A empresa aguarda ser formalmente cientificada da conclusão do inquérito para a devida manifestação por intermédio de seu advogado, David Rechulski", diz o texto.

A mineradora afirma que compreende "que as autoridades que presidem investigações são livres na formação de suas próprias convicções, no entanto, reafirma que sempre norteou suas atividades por premissas de segurança e que nunca se evidenciou nenhum cenário que indicasse risco iminente de ruptura da estrutura B1 [a barragem de Brumadinho]".

"O próprio laudo da Polícia Federal, dentre outros, evidencia e comprova essa conclusão", diz também a mineradora.

O inquérito seguirá agora para análise do MPF (Ministério Público Federal) em Minas Gerais.

Também procurada pela reportagem, a Tüv Süd disse que não comentaria o indiciamento por não ter tido a oportunidade de avaliar o relatório.

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