Mortes: Aprendeu os primeiros acordes com a mãe e se tornou o maioral do cavaquinho

Seresteiro Antônio Vieira de Arruda passava os dias em festas de todo tipo para tocar sua música

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São Paulo

Quando menino, Antônio Vieira de Arruda aprendeu com a mãe a tocar os primeiros acordes no violão. Dali, não parou mais, conheceu outros instrumentos e se tornou conhecido como o seresteiro Touzinho, o maioral do cavaquinho.

Arruda nasceu no povoado Minguaiú, em Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. Aos cinco anos mudou com os pais e os nove irmãos para Arapiraca, em Alagoas, onde fez sua fama como músico e compositor.

"Eram dez irmãos, mas só três puxaram para o lado da música, como a mãe. Tio Touzinho era o mais encantado com a música, era sempre ele quem puxava a cantoria, a festa", lembra o sobrinho Fábio Veras de Araújo.

 Antônio Vieira de Arruda, o seresteiro Touzinho, morreu após infarto
Antônio Vieira de Arruda, o seresteiro Touzinho, morreu após infarto - Reprodução

Arruda era convidado para tocar em bares, boates, festas de casamento e aniversário de Arapiraca e cidades da região. Também foi chamado para tocar em outros estados.

"Ele era convidado para tudo quanto é canto para tocar, Sergipe, Bahia, Paraíba. Acredito que não era só pela música, mas também pela energia, pela disposição e alegria que tinha em estar numa festa", conta Araújo.

Além de seresteiro, chegou a trabalhar na Polícia Militar de Alagoas, mas não conseguiu se manter longe da música nem mesmo na corporação e fez parte da banda da PM. Também foi mecânico de tratores e tinha orgulho em dizer que trabalhou desde menino. Com dez anos, conseguiu comprar uma bicicleta vendendo picolés nas ruas de Arapiraca.

Em novembro deste ano, Arruda foi convidado para fazer parte de um documentário sobre os moradores icônicos de Arapiraca. O depoimento sobre sua vida se entrelaça com as músicas que mais gostava de cantar e tocar. Um dos episódios que conta é como conheceu sua esposa, com quem teve dois filhos.

Logo depois de cantar uma música do mineiro Carlos Gonzaga emenda ter sido com ela que conquistou a esposa. "Foi com ela que ganhei minha mulher. Na verdade, a música só me trouxe alegria", diz no depoimento.

Arruda morreu na noite de terça-feira (28), vítima de um infarto aos 68 anos. Deixa a esposa, dois filhos e um neto.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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