Mortes: Jogador de futebol, destacou-se como dentista

Uma contusão no menisco fez Clodoaldo Pacce trocar a bola pelo consultório

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A linha do tempo do dentista Clodoaldo Pacce era contornada pelas suas paixões. Após a família e os amigos, vinham a odontologia e o futebol.

Clodoaldo nasceu na rua Rui Barbosa, no Bexiga (região central da capital paulista). Chegou a estudar um período no Colégio Bandeirantes, mas as dificuldades o impediram de seguir. Era longe de onde morava, não havia transporte e ele só tinha um par de sapatos.

O contato com a odontologia começou cedo, aos oito anos, quando foi trabalhar como aprendiz de protético num laboratório de prótese.

Clodoaldo Pacce
Clodoaldo Pacce - Clodoaldo Pacce Filho no Facebook

Segundo o advogado Clodoaldo Pacce Filho, 69, um dos filhos, aos 12 anos já tinha habilidade como protético e aos 15 tornou-se dono do laboratório, onde gerenciava 27 funcionários e atendia os maiores dentistas da cidade.

Na década de 1950, como ponta esquerda do São Paulo, estava sendo treinado para substituir José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro (1932-1974). Por conta de ruptura dos meniscos, o futebol perdeu o caráter profissional e a bola virou só diversão.

Clodoaldo casou-se com Thereza em fevereiro de 1952. Retomou os estudos, e aos 33 anos entrou para a faculdade de Odontologia, em Lins (a 431 km de SP).

"Esses anos em Lins foram marcantes para nós porque todos estudávamos, inclusive minha mãe, que fazia o normal à noite. Despertou em nós um respeito e carinho muito grande pela cidade. Tamanha eram as dificuldades, que aprendemos o significado de solidariedade e gratidão", conta o filho.

"O laboratório de prótese foi transformado num consultório dentário, onde ele trabalhou até os 75 anos. Nesse meio tempo fundou Clodent, a primeira assistência odontológica do Brasil", completa.

Clodoaldo era puro amor. Nunca levantou a voz ou a mão para ninguém.

Há 18 anos, descobriu que tinha mal de Alzheimer, de acordo com o filho. Ele morreu dia 8 de dezembro, aos 91 anos, por complicações de uma insuficiência respiratória causada por pneumonia.

Deixa a esposa Thereza, os filhos Clodoaldo, Márua, Christiane e Lilian, seis netos e um bisneto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.