Descrição de chapéu Obituário Paulo Ferdinando Pinto Dantas (1931 - 2021)

Mortes: O Flamengo e os cinco netos eram suas paixões

Paulo Dantas foi dirigente do clube quando o time foi campeão mundial

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São Paulo

O Flamengo e os cinco netos foram as grandes paixões de Paulo Dantas. Além de torcedor, ele também ocupou cargos na diretoria em momentos históricos para o time.

"O Flamengo era a coisa mais importante da vida dele", afirma a filha Marisa Dantas Scorzelli.

Nascido no Rio de Janeiro, Dantas passou boa parte da infância morando em bases do exército no Rio Grande do Norte e na Bahia, acompanhando o pai, que era um interventor militar. Foi durante esse período que um problema sério na perna, uma osteomielite, quase lhe tirou a vida.

Imagem em primeiro plano mostra homem posando para foto sério e de roupa social
Paulo Ferdinando Pinto Dantas (1931-2021) - Arquivo pessoal

"Ele quase morreu. Agora no hospital ele falava: ‘eu sou o primeiro homem no Brasil a tomar penicilina’, que veio para ele especialmente nessa época", afirma a filha.

O neto mais velho, José Antônio Dantas, também recorda do avô contando essa história. "Era época da Segunda Guerra Mundial e tinha uma base americana lá em Natal [Rio Grande do Norte]. Os americanos deram essa penicilina e salvaram ele".

Dantas passou a juventude no Rio de Janeiro e, muito cedo, virou funcionário do Banco do Brasil. "Quem adorava o meu pai era o Tancredo Neves, que chegou a levá-lo para trabalhar junto com ele", afirma Marisa. Por causa do emprego no banco, ele chegou a morar em Nova York.

Na década de 1970, antes de se aposentar no banco, Paulo Dantas já estava envolvido com o Flamengo. Segundo a filha, ele ajudou a fundar a FAF (Frente Ampla Flamengo). "Era uma turma que queria modernizar e modificar umas coisas [no clube] e ele estava nesse início". Desde então se dedicou ao rubro-negro.

Paulo Dantas foi diretor de futebol quando o Flamengo ganhou a sua primeira Libertadores e seu único título Mundial, ambos em 1981. Depois disso, voltou várias vezes já como vice-presidente de futebol.

"Meu avô era pé quente. Eu acho que ele tinha muita sorte e competência também como dirigente. Ele gostava de se gabar e falar que era o dirigente com o maior número de títulos da história do Flamengo", afirma o neto José Antônio.

Aos 90 anos e durante o período de pandemia, segundo a filha, ele ficava em casa assistindo a jogos de futebol na televisão e "com muita saudade do tempo que o Flamengo dava tantas alegrias para ele".

José Antônio diz que o avô era de uma pessoa muito gentil. "Eu acho que a gentileza era talvez uma das principais características dele e isso fez com que fosse muito querido por muita gente, não só no Flamengo". Outra lembrança que tem é a de Paulo Dantas cantando Frank Sinatra para os netos.

Recentemente, o avô precisou fazer uma cirurgia depois de cair e quebrar o fêmur. Na recuperação, pegou uma infecção e teve uma parada cardíaca. Ele morreu no dia 20 de novembro, aos 90 anos, deixando dois filhos, cinco netos e um bisneto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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