Desde os 15 anos no Rio de Janeiro, apaixonado pela "cidade maravilhosa" e pelo mar, Zeca Borges costumava dizer que era carioca de Porto Alegre. A expressão também deu nome ao seu blog.
Engenheiro civil formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Zeca mostrava-se como um escritor e leitor voraz.
Em parte de sua descrição no Facebook, escreveu "nada que possa ser considerado relevante...".
Relevância é a palavra que define Zeca Borges, principalmente para a área da segurança. É dele a criação do Disque Denúncia, em 1995.
Sob sua coordenação, o programa, inicialmente idealizado para acabar com a onda de sequestros que o Rio de Janeiro vivia na época, recebeu mais de 2,7 milhões de denúncias e ajudou a prender mais de 20 mil criminosos.
O Disque Denúncia é baseado na experiência internacional do Crime Stoppers. Para funcionar, o serviço precisa garantir o anonimato e não pode se submeter à polícia ou sofrer interferências políticas.
"Zeca era uma figura humana excepcional, um pai atencioso, do tipo que levava para natação de manhã cedo, acompanhava meus estudos e que parava tudo para ouvir e conversar sempre que fosse necessário", declarou seu filho Pedro Borges.
"Ao mesmo tempo era um pai que encorajava o desenvolvimento de forma independente, estimulando a criatividade, a imaginação e a liberdade de pensamento. Além de perder um pai, perdi um grande amigo, com quem conversava bastante e com quem muito aprendi", acrescentou o filho mais velho.
"A lembrança dos netos vai ser de um vô bem-humorado e que brincava bastante, incentivando-os a pensar e reagir de forma divertida", concluiu.
Zeca Borges morreu dia 3 de dezembro, aos 78 anos, após sofrer um infarto. Deixa a esposa, filhos e netos.
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