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Motoristas enfrentam lentidão rumo ao litoral de São Paulo

Ecovias relata 20 quilômetros de congestionamento, devido ao excesso de veículos

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São Paulo

Os turistas que buscam chegar ao litoral de São Paulo pela rodovia dos Imigrantes na manhã desta sexta-feira (31) precisam ter doses e doses de paciência.

Por volta das 9h da manhã, o motorista já enfrentava lentidão desde o quilômetro 25, na região de São Bernardo do Campo.

O anda e para era reflexo do excesso de veículos que buscavam chegar até as praias da Baixada Santista e litoral sul e norte.

Motoristas enfrentam fila no pedágio da rodovia dos Imigrantes, em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

A Ecovias, em seu site, no mesmo horário, publicou que havia congestionamento entre os quilômetros 24 e 43, devido ao excesso de veículos. O mesmo panorama era observado na rodovia Anchieta, em que a lentidão ocorria entre os quilômetros 25 e 31.

Entre aqueles que esperavam acessar o pedágio e seguir viagem estava a família do motorista Cesar Moura, 58. Ele, que mora em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, contou que saiu de casa às 6h30 e já havia enfrentado lentidão no rodoanel.

"Não tem outro jeito. Não tem outro caminho. Tem que ter paciência. É igual mergulhar em uma piscina gelada. Uma vez dentro tem que andar até a outra margem."

Além de César, estavam no carro sua esposa e dois filhos, que buscavam chegar a Mongaguá.

Quem também estava no trânsito antes da praça de pedágio era o autônomo Reginaldo dos Santos, 35.

Rodovia dos Imigrantes tem forte congestionamento nesta sexta, de motoristas que se dirigem ao litoral paulista - Rubens Cavallari/Folhapress

"Está horrível. Está péssimo. Vale a pena porque já estamos aqui. Agora não dá mais para desistir", disse para a Folha. Além dele, seguiam no carro rumo a Praia Grande sua esposa, um filho e um amigo.

Mesmo a previsão de tempo nublado na Baixada Santista não tirou o ânimo do ajudante de mecânica Jonathan Oliveira, 19, amigo de Reginaldo. "Se não tiver sol, a gente nada na chuva."

Após o pedágio, por volta das 10h30, chovia na Imigrantes, que seguia com trânsito lento, principalmente dentro dos túneis. Já a rodovia Cônego Domênico Rangoni, principal via de acesso para o Guarujá e para o trevo para quem segue em direção ao litoral norte, tinha tráfego livre.

Carros enguiçados

Após permanecer por algum tempo no trânsito carregado, muitos veículos não resistiram à alta temperatura do motor ou a outros problemas comuns e transformaram o pátio do pedágio em um cemitério de capôs abertos. Tudo na tentativa de resfriar os carros ou tentar encontrar uma solução para os problemas.

O auxiliar administrativo Jorge Gomes, 59, era um dos motoristas que passava pelo problema. Ele relatou estar há mais de oito horas no mesmo local, aguardando pelo guincho da Ecovias. Seu veículo parou à 1h da manhã. Ele, que saiu com a família de Santo André, na Grande São Paulo, se dirigia a Mongaguá, onde reside.

O carro de Jorge Gomes parou de madrugada, e o homem e sua família enfrentam horas de espera por socorro mecânico - Rubens Cavallari/Folhapress

​Seu Chevrolet Corsa prata, ano 1997, pifou logo após passar pelo pedágio. Segundo ele, já foram diversas ligações para a concessionária, mas nenhum pedido de socorro foi atendido. Para ele, tudo por causa de seu veículo ser antigo, uma vez que viu tantos outros automóveis serem guinchados desde quando o seu parou.

"Liguei cinco vezes e perguntam ano do carro e modelo. A gente informa e eles não vêm. Eles selecionam carro. Muito velho eles não pegam. Eu tenho Sem Parar, eu paguei pedágio, não passei de graça", disse com os olhos vermelhos e semblante cansado, já que afirmou ter passado a noite em claro.

Além dele, da esposa, filha e cunhada, há duas crianças de um ano dentro do automóvel.

Além de Jorge, quem também encostou o veículo foi a auxiliar administrativa Rosângela Almeida, 52. Seu Renault Sandero vermelho ferveu, o que fez com que uma fumaça branca saísse pelo capô.

"Já chamei o guincho e vou retornar para evitar um problema maior." Ela seguia com a mãe, a aposentada Benedita Almeida, 69, até Praia Grande. "Ela vai ficar sem ver os fogos", disse aborrecida.

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