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Qualidade das rodovias sob gestão pública piora desde 2019, diz pesquisa

Levantamento da CNT realizado neste ano mostra que 71,8% dos trechos é regular, ruim ou péssimo

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São Paulo

A situação das rodovias sob gestão pública piorou nos últimos dois anos no Brasil, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (2) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A pesquisa apontou que saltou de 67,5%, em 2019, para 71,8%, em 2021, o percentual de trechos considerados regulares, ruins ou péssimos.

Esse aumento corresponde a mais 2.773 km de rodovias em condições insatisfatórias de circulação, o que representa cerca de seis vezes a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Outro quesito que apresentou piora significativa foi a sinalização das rodovias. Houve uma piora de 12,1 pontos percentuais de 2019 para 2021, de 56,4% para 68,5%.

Movimento na rodovia Anchieta, na altura de São Bernardo do Campo (ABC), em maior de 2020
Movimento na rodovia Anchieta, na altura de São Bernardo do Campo (ABC), em maior de 2020 - Mathilde Missioneiro - 19.mai.2020/Folhapress

No mesmo período, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias, a qualidade da malha concedida à iniciativa privada permaneceu estável. Em 2019, 25,3% dos trechos eram considerados regulares, ruins ou péssimos. Agora são 25,8%.

De forma geral, 61,8% da malha rodoviária brasileira pavimentada, seja sob gestão pública ou de concessionárias, é classificada como regular, péssima ou ruim.

Durante o levantamento, foram encontrados 1.739 pontos críticos no país, sendo que 1.363 trechos tinham buracos maiores que um pneu.

A região Norte teve a pior avaliação, com 77,8% da malha considerada como regular, ruim ou péssima. No Acre, por exemplo, 100% da malha avaliada apresentou algum tipo de problema, sendo 50,7% classificada como péssima.

Mesmo no Sudeste, a região mais bem avaliada, 51,1% da malha foi apontada como regular, ruim ou péssima no geral. Em São Paulo, 79,6% da malha foi apontada como boa ou ótima, a melhor qualificação entre as unidades da federação.

Entre 2016 e 2020, o investimento por parte das concessionárias foi de R$ 7,16 bilhões. Já o governo federal investiu R$ 8,90 bilhões, em média.

Segundo a CNT, o investimento médio por quilômetro, porém, é muito superior na malha gerenciada pela iniciativa privada. As rodovias concedidas receberam R$ 381 mil por quilômetro, ante R$ 162,9 mil nas rodovias federais sob gestão pública.

Para realizar a pesquisa, a CNT contou com 21 equipes que percorreram mais de 109 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, em todas as regiões do país, entre 28 de junho e 27 de julho deste ano.

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