Vale do Anhangabaú, em SP, será aberto ao público nesta segunda

Revitalização do espaço no centro custou mais de R$ 105 milhões e inauguração foi adiada sete vezes

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São Paulo

Com um ano e meio de atraso, uma sequência de adiamentos e reajuste no orçamento inicial, finalmente a revitalização do vale do Anhangabaú será entregue nesta segunda-feira (6), ainda cercada de mistérios sobre como o espaço na região central de São Paulo será usado como área de lazer.

A inauguração, anunciada no último dia 17 de novembro pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) para este dia 6, foi confirmada pela prefeitura em nota. De acordo com o texto, apenas na segunda-feira serão divulgadas atrações e programação para o local.

Grades, que impedem a passagem dos pedestres, devem ser retiradas do vale do Anhangabaú nesta segunda-feira, quando o espaço no centro de São Paulo está previsto para ser reaberto ao público - Rivldo Gomes - 5.nov.21/Folhapress

As obras de revitalização do vale do Anhangabaú começaram em junho de 2019, com finalização prevista, inicialmente, para junho de 2020. Após sete adiamentos, inclusive por causa da pandemia do novo coronavírus, o espaço foi aberto momentaneamente em 25 de julho, um domingo, quando a cidade atingiu a marca de 80% da população vacinada com a primeira dose contra a Covid-19. Depois seguiu fechado com grades, mesmo aos fins de semana.

A explicação para a liberação somente agora, quando 100% da população adulta já está vacinada, é que nesta segunda-feira a concessionária Viva Vale, liderada pela empresa Urbancom e que em julho assinou contrato no valor de R$ 49 milhões, vai assumir o local pelo período de dez anos.

A concessionária terá de garantir, entre outros, a manutenção, preservação, gestão e a promoção de atividades socioculturais. Caberá ainda a implantação de sistema de monitoramento e vigilância (com câmeras) e Wi-Fi gratuito.

O projeto de reforma do vale do Anhangabaú foi contratado ainda na gestão Fernando Haddad, em 2016. Inicialmente orçada em R$ 79,9 milhões, a obra custou R$ 105,6 milhões, ou seja, 32,1% a mais.

Com a reforma, a área no centro terá 850 jatos d'água, 12 quiosques, floricultura, 1.500 assentos, sanitários e bebedouros, segundo o projeto, além de pista de skate.

A obra recebeu críticas pelo alto valor empregado e o novo projeto. Entre as mudanças reprovadas por especialistas estão a retirada de árvores do centro do espaço e a possibilidade de realizar eventos privados pela empresa que assumiu a gestão, além do apagamento do projeto anterior. A prefeitura afirmou durante as obras que o espaço tem 537 árvores.

Recentemente, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo constatou irregularidades em um contrato de mais de R$ 1,2 milhão entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras e a SPTuris para manutenção do local após a revitalização.

Segundo o relatório preliminar feito pelos auditores do TCM, o contrato assinado de prestação de serviços de suporte logístico na instalação de gradis, limpeza, estruturação de operação dos quiosques e área da pista de skate já traz irregularidade logo na base por se tratar de uma contratação direta por dispensa de licitação sem explicação do motivo pelo qual a licitação não foi realizada.

Na época da divulgação do relatório, a secretaria disse que que o contrato em questão não representou qualquer prejuízo aos cofres públicos e disse que os serviços foram contratados porque "não estavam previstos no contrato de execução das obras de requalificação do espaço".

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