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Verão deve ser seco no Sul e Sudeste, com risco de baixa em reservatórios

Situação da água ao fim da estação pode ser preocupante, diz especialista

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São Paulo

O verão no Sudeste e no Sul do Brasil deve ser mais seco, apesar da possibilidade de chuvas em janeiro de 2022.

O primeiro mês do ano deve trazer precipitação para Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.

"A tendência para o verão é que a gente tenha um secamento maior nas áreas do Sudeste e Sul do país", resume Ana Clara Marques, meteorologista do serviço Climatempo.

Homem anda na rua e se protege de sol no rosto com o que parece ser um caderno
Pedestre se protege do sol, em São Paulo - Leonardo Soares - 7.fev.2014/Folhapress

Já fevereiro e março devem deixar a área Centro-Sul do país mais seca, enquanto as chuvas estarão acima da média no Nordeste e no Norte.

Algumas regiões do país enfrentam períodos secos que vêm causando diversos problemas, entre eles os baixos níveis dos reservatórios, principalmente nas regiões Sudeste e Sul.

Dados de segunda-feira (13) do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontam que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal e com maior capacidade total do país, está com volume útil de 20,76%.

O subsistema Sul, com capacidade consideravelmente menor, opera com volume de 47,53%.

Mas, nos meses anteriores, a situação de ambos era mais crítica —e, com a crise hídrica, chegou-se a falar em riscos de apagão—, o que só foi alterado por chuvas acima do esperado, diz a especialista.

Marques afirma, no entanto, que as chuvas atuais são relacionadas a frentes frias. Para o verão, portanto, o cenário muda. São esperadas para os próximos meses as chamadas chuvas convectivas, formadas por calor e umidade.

Essas pancadas de verão costumam ser prejudiciais para a cidade, causando enchentes, por exemplo, e também para algumas culturas no campo. Além disso, elas não ajudam tanto nos níveis de reservatórios quanto as chuvas por frentes frias.

"[A reserva de água] vai ter uma recuperação e vai chegar a patamares mais elevados, mas o quanto vai ter de água disponível para usarmos no período seco é um ponto que traz muita preocupação. Vai ter água, mas será que vai ser o suficiente?", indaga Marques.

Temperaturas

Em janeiro, segundo a especialista do Climatempo, deve haver temperaturas acima da média no Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul —estado que, pela previsão, mais vai sofrer com deficit hídrico, em razão das temperaturas muito altas e da pouca chuva.

A região entre São Paulo e Rio de Janeiro é outra que deve ter temperaturas acima da média para a época do ano. ​

"Vamos ter calor, mas vamos ter muita alternância de temperatura. Vamos ter uma semana mais quente, com 35°C, 37°C, e outra semana com a temperatura um pouco mais baixa, voltando para próximo dos 28°C, 29°C", diz.

Segundo Marques, de forma geral, o calor do verão deve ser menor e menos prolongado do que em 2020. "Não vai ser um calor prolongado, por períodos de 20 dias seguidos, como foi o último janeiro. No Rio choveu apenas em três dias e bateu 40°C uma semana seguida", lembra.

São Paulo costuma ter verões muito quentes e secos, o que deve se repetir este ano, segundo os meteorologistas
São Paulo costuma ter verões muito quentes e secos, o que deve se repetir este ano, segundo os meteorologistas - Ronny Santos - 11.set.2019/Folhapress

Nordeste

A especialista afirma que, ao contrário do ano atual, muito seco no Nordeste, a tendência é de muita chuva na região durante todo o verão, devido à presença de águas mais quentes no Atlântico Sul.

Rio Grande do Norte e Paraíba, porém, devem ter chuvas irregulares.

Na temperatura, deve predominar o calor um pouco acima da média em toda a região.

No sul da Bahia —e também no leste de Minas Gerais—, as chuvas já chegaram com tudo neste mês, deixando dezenas de cidades em estado de emergência por causa das enchentes.

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