Cidades proíbem até entrar em velório sem vacina no interior de SP

Com alta da Covid, prefeituras vetam shows e festas e multam quem anda sem máscara

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Ribeirão Preto

Cidades do interior de São Paulo decidiram se antecipar ao governo estadual no anúncio de decretos preventivos diante do avanço de casos da variante ômicron do coronavírus e de Influenza. Em um município, até em velório poderá ser vetada a entrada de pessoas sem comprovante de vacinação.

Após o aumento de casos neste início de ano, ao menos 11 prefeituras anunciaram medidas restritivas de circulação. Entre elas estão o veto a shows e a aluguel de áreas de lazer e a limitação de horários e quantidade de pessoas em bares, restaurantes e templos religiosos.

A fiscalização deve ser feita pelas vigilâncias sanitárias e guardas municipais. As penalidades incluem multas de até R$ 7.475.

tenda verde musgo montada na porta de um hospital
Tenda do Exército no Hospital Ouro Verde de Campinas, interior de São Paulo, como um plano de contingência em caso de lotação - Luciano Claudino - 6.nov.21/Código 19/Agência O Globo

Até o momento, publicaram decretos com normas de combate a aglomerações as cidades de Batatais, Orlândia, Guaíra, Bocaina, Queiroz, Lins, Tupã, Arandu, Amparo, Bragança Paulista e Limeira.

Com ano eleitoral à vista, cidades maiores como Ribeirão Preto, Franca, Bauru, Presidente Prudente, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Jundiaí e Araçatuba ainda têm apostado no quadro leve dos vacinados.

Nesses lugares, as prefeituras têm reforçado os calendários de vacinação contra Covid-19. Em Presidente Prudente, além do "vacinamóvel", o município promoveu o chamado "Vacina Fest", evento no último sábado (8) no qual aplicou 1.789 doses.

Também estão ampliados as estruturas e horários de atendimento aos que apresentam sintomas respiratórios, incluindo teleatendimento (ou telemedicina) para triagem, já disponível em Bauru e Rio Preto.

Os municípios menores dispõem de uma rede hospitalar mais limitada para lidar com a alta demanda e interromper a transmissão tem sido uma opção mais eficaz.

Ainda assim, mesmo as cidades de médio porte já começam a sentir os efeitos da ômicron. Uma nova abordagem começa a despontar como medida urgente e até como preocupação da própria população.

A Prefeitura de Guaíra suspendeu eventos públicos de pequeno ou grande porte até 31 de janeiro e estabeleceu novas regras de funcionamento para estabelecimentos religiosos e velórios (lotação máxima de 40% e desinfecção periódica serão obrigatórios). Em velórios, fica proibida a entrada e permanência de pessoas não vacinadas de grupos de risco.

​Em Limeira, o decreto da prefeitura proíbe fazer eventos na cidade com público em pé.

A norma, que se aplica tanto a práticas esportivas e culturais como a encontros de lazer ou religiosos, vale até 31 de janeiro e limita a capacidade máxima dos espaços aos lugares sentados.

A medida foi tomada com base em um parecer de um grupo técnico e busca interromper aglomerações e a disseminação dos vírus de síndromes respiratórias. Controle do distanciamento social, uso de máscaras e aferição de temperatura pelos responsáveis estão sendo cobrados em todas as cidades com novos decretos sanitários.

Em Bragança Paulista, estão suspensas atividades com "atendimento de pessoas em pé" em restaurantes, shows e apresentações.

Foi proibida, ainda, a locação ou cessão gratuita de chácaras, casas e espaços para realizações de festas e eventos, "inclusive de cunho familiar", e todas "as atividades carnavalescas públicas e privadas."

Bocaina suspendeu shows, música ao vivo e festas com venda de convites. A vigilância voltou a fiscalizar e exigir o uso de máscara em locais abertos ou fechados com mais de cem pessoas em Tupã. Em Lins, reuniões com essa quantidade de pessoas precisam ser comunicadas antes à Vigilância Sanitária Municipal.

Amparo também reduziu até 22h o horário de atendimento ao público, com tolerância de 60 minutos para os clientes que ainda estejam no local, e proibiu aglomerações —o descumprimento pode render multa de R$ 1.500 a R$ 3.000.

Orlândia cancelou festas e eventos culturais em espaços públicos ou privados até 21 de janeiro.

Batatais proibiu aglomerações até dia 16 deste mês. Foram estabelecidas multas de R$ 500 para quem andar sem máscara e de R$ 2.500 para quem estiver com Covid-19 e descumprir o isolamento social, entre outras penalidades.

Restaurantes e bares de Queiroz podem atender 50% da capacidade de público até 23h e depois apenas por delivery. Templos podem funcionar até 22h, mas com cultos de duração máxima de 90 minutos e com até duas celebrações semanais.

Em Arandu, o limite de funcionamento até 22h para bares, restaurantes e comércios também ocorre até 17 de janeiro.

A cidade proibiu ainda a entrada de ambulantes de outras localidades nesse período. São previstas multas de R$ 580 a R$ 7.475 para pessoas e estabelecimentos que descumprirem a regra e até a suspensão de alvarás.

Prefeitos afastados

Cinco prefeitos do interior anunciaram até segunda (10) que receberam teste positivo para Covid-19. Estão com as agendas suspensas até o cumprimento da quarentena: Edinho Silva (PT - Araraquara), Juninho Gaspar (PP - Batatais), Fernando Cunha (PSD - Olímpia), Rômulo Rippa (PSD - Porto Ferreira) e Katiuscia Leonardo (PSD - Cristais Paulistas).

Cunha detectou em um exame de rotina, pois estava assintomático e vai aguardar o fim do período de transmissão para voltar. Mesmo caso de Edinho Silva, que tomaria a terceira dose esta semana. A contingência de Araraquara incluiu manutenção de equipe domiciliares para manutenção dos não internados com sintomas e a reabertura do Hospital de Campanha.

Em vídeo divulgado na semana passada com essas informações, o prefeito afirmou ainda que as medidas "mais duras" de restrição social solicitadas por internautas não eram necessárias, mas seriam consideradas caso houvesse parecer científico e médico para tanto.

Rippa, por sua vez, informou que tomou duas doses da vacina e está com sintomas leves —em nota, atribuiu "o não agravamento da doença" à imunização.

Gaspar já havia tomado a terceira dose e declarou ter um pouco de tosse, mas que está bem e seguirá trabalhando de casa. O mesmo acontece com Katiuscia Leonardo. O marido e os dois filhos da prefeita também estão com Covid-19 e a preocupação agora são as crianças que, por terem menos de 12 anos, ainda não foram imunizadas.

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