Mortes: À frente do seu tempo, viveu a vida ao máximo

Marímilia Teixeira do Amaral não ligava para o que os outros diziam

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São Paulo

Uma mulher que buscava a felicidade a qualquer custo. Fosse nas rodas de samba com os amigos no centro de São Paulo durante a juventude, nas festas da sociedade paulistana ou na procura por um amor que a fizesse feliz de verdade.

Marímilia Teixeira do Amaral nasceu na cidade de São Paulo e morou a maior parte de sua vida no bairro de Perdizes. Primogênita —teve um irmão, Carlos Oswaldo—​, passou a infância e a vida adulta visitando frequentemente seus parentes em São João da Boa Vista, cidade no interior do estado.

Filha de um desembargador, por mais de 30 anos trabalhou e dirigiu departamentos do Tribunal de Justiça de São Paulo. Passou por diversos cargos e repartições desde a sua entrada no tribunal.

Marímilia Teixeira do Amaral (1935- 2022) - Acervo Pessoal

O divórcio ainda se chamava desquite quando Amaral decidiu acabar com o primeiro casamento na década de 1950. A despeito da pressão do pai para que continuasse casada, assinou a papelada da separação. Com o primeiro marido teve as filhas Ana Cristina e Maria Beatriz.

Não cedeu à ideia de que uma mulher divorciada ficaria marcada e não encontraria um novo amor. Aos 50 anos, conheceu Antônio Carlos Archanjo, com quem se casou escondida no cartório.

Viveram juntos em São Paulo e, após a aposentadoria, se mudaram para São João da Boa Vista, onde moraram por cerca de 15 anos até a morte de Nenê, como ela costumava chamá-lo.

Em 1975 teve o primeiro neto. Ensinou a todos os netos como driblar os problemas da vida. Era conhecida como uma avó carinhosa, forte e cúmplice. Cada semana um era o preferido da vez.

Quando André Marcondes quis fumar o primeiro cigarro, foi com ela que fumou. Não em uma ação de apoio, mas de cuidado. O neto foi advertido de todos os malefícios.

"Eu tinha curiosidade e ela falou ‘Você quer? Então toma’. Então ela tinha essa coisa de ser permissiva, não ser aquela pessoa que ia tolher uma vontade", lembra.

À única neta, Julia Marcondes, passou a paixão pela maquiagem e por bolsas. A avó a ensinou a não ligar para o que outros iriam pensar ou dizer. Ensinou também que em uma relação o homem precisa amar mais. Ou pelo menos acreditar nisso.

Marímilia Teixeira do Amaral morreu no dia 6 de janeiro de 2022, aos 86 anos. Além das filhas, ela deixa seis netos e cinco bisnetos.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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