Mortes: Abriu as portas da polícia baiana às mulheres

Com 35 anos de dedicação ao ofício, Emília Margarida Blanco de Oliveira morreu por complicações de uma gripe

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Salvador

Com 35 anos de trabalho dedicado à Secretaria da Segurança Pública da Bahia, a delegada Emília Margarida Blanco de Oliveira, que coordenava a Central de Flagrantes da Polícia Civil, morreu dia 30 de dezembro, aos 71 anos, em Salvador, em decorrência de complicações respiratórias provocadas pela gripe.

A doença, que tem provocado surtos em diversos locais do país, já vitimou 54 pessoas no estado desde novembro passado, 42 delas somente na capital baiana. A Bahia já registrou 1661 casos de influenza A, do tipo H3N2, em 128 cidades.

Emília iniciou a carreira na Polícia Civil em 1986, ano em que foi designada para trabalhar na Delegacia de Furtos e Roubos. Nos anos seguintes, passou pelas delegacias territoriais dos bairros de Brotas (6ª DT), Itapuã (12ª DT) e Bonfim (3ª DT).

Emília Margarida Blanco de Oliveira (1950-2021)
Emília Margarida Blanco de Oliveira (1950-2021) - Arquivo pessoal

A delegada também foi titular da Divisão de Controle de Hospedagem e Diversões Públicas da Delegacia de Homicídios, coordenadora do Centro de Documentação e Estatística, Chefe de Gabinete da Secretaria da Segurança Pública e Delegada-Geral Adjunta da Polícia Civil.

No currículo, Emília acumulou ainda a função de diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio até que, em 2018, foi designada para coordenar a Central de Flagrantes, cargo que exercia até pouco antes de adoecer.

Em 1990, com apenas quatro anos na instituição, foi reconhecida pela Câmara Municipal de Salvador pelo trabalho à frente da delegacia de Brotas. Em 2009, recebeu condecoração da Secretaria da Segurança Pública com a Medalha do Magistério Policial.

Para a delegada geral da Polícia Civil, Heloisa Brito, Emilia era uma referência feminina que representava uma geração na instituição, ocupando espaços para que outras mulheres alcançassem postos de destaque na segurança do estado.

"Foi um ícone. Quando me tornei delegada, ela já tinha quase dez anos de contribuição a essa instituição que me deu tudo na vida. Como precursora das conquistas femininas nas forças de segurança, ela abriu as portas para que jovens mulheres como eu chegassem", declarou.

Emília era casada, mãe de três filhos e avó de seis netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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