Mortes: Muito religiosa, era devota de são Miguel Arcanjo

Felícia, como se apresentava, era muito ativa na paróquia do padre Julio Lancellotti

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São Paulo

Devota de são Miguel Arcanjo, Felícia, como preferia ser chamada, era muito ativa na paróquia comandada pelo padre Julio Lancellotti, na Mooca, na zona leste de São Paulo. Na comunidade, ajudava a organizar a missa e a festa de São Miguel.

"O nome dela é Felicidade, mas ela nunca gostou de ser chamada assim, então se apresentava como Felícia", afirma o neto Rafael Michalawski.

Além do nome, preferia não revelar a sua idade. "Porque tem uma história de que ela não foi registrada no dia que nasceu. No RG, ela tem essa idade [86 anos], mas na vida tinha pelo menos um ano a mais", diz o neto.

Imagem em primeiro plano mostra quatro pessoas, duas mulheres e dois homens posando para foto
Felicidade Moyses Porta (1935-2022), segunda da esq. para a dir, ao lado dos dois netos e a filha - Arquivo pessoal

Nascida em São Paulo, Felícia era filha de libaneses que vieram para o Brasil fugidos da guerra. Ela e os seis irmãos –um homem e cinco mulheres– tiveram uma infância muito difícil.

​O neto lembra de um episódio contado pela avó de que, sem dinheiro para comprar sapatos, ela e uma irmã chegaram a dividir um mesmo calçado.

Sempre ativa, começou a trabalhar entre 15 e 16 anos e só parou com quase 80. Seu último emprego foi no departamento pessoal no Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, atendendo quase mil funcionários.

Depois de casada, teve uma única filha, Sonia Regina Porta, com quem morou nos últimos sete anos. "O núcleo familiar era ela, minha mãe, eu e meu irmão. Depois que a minha mãe se separou, ela veio morar com a gente e ficou praticamente até o final da vida", lembra Rafael.

Com o padre Julio Lancellotti, Felícia tinha uma relação muito próxima por frequentar muitos anos a paróquia.

"Ela sempre participou muito ativamente da vida da comunidade, nas missas, no grupo de canto, cuidava da organização da missa e sempre trabalhava na festa de São Miguel", recorda o neto.

Nos anos 2000, Felícia trabalhou na pastoral carcerária feminina com o padre Julio e também ajudou nas atividades da Casa Vida, entidade beneficente que atende crianças abandonadas portadoras do vírus HIV em São Paulo –a instituição é mantida pelo Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. "Ela era sempre muito solícita", afirma o neto.

Em 2015, quando já não trabalhava mais, Felícia sofreu um AVC que deixou algumas sequelas. "Ela perdeu a fala e algumas atividades cognitivas e tinha uma dificuldade motora na mão direita", lembra Rafael.

Em dezembro de 2021, ela passou a viver em uma casa de repouso. No dia 13 de janeiro, foi internada em um hospital com um quadro de pneumonia bacteriana. Dois dias depois, não resistiu e morreu aos 86 anos.

Felícia deixa a filha Sonia Regina Porta, os netos Rafael Michalawski e Fernando Michalawski e uma cachorrinha vira-lata.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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