Mortes: Sensível e perspicaz, era hábil em captar sentimentos

A psicóloga Irene Rosa Gentilli gostava de ler e de frequentar a cena cultural

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São Paulo

Altos e baixos, sucesso profissional e perdas importantes desenharam a linha do tempo da paulistana Irene Rosa Gentilli.

Aos 17, ela enfrentou a perda do pai, Davide Gentilli, com 58 anos na época.

Na faculdade, escolheu estudar psicologia. Dentro de uma sala de aula esteve dos dois lados, de aluna e a mestre, pois lecionou na FEA (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária) da USP e na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), criada por professores da FEA.

Irene Rosa Gentilli (1951-2022)
Irene Rosa Gentilli (1951-2022) - Irene Rosa Gentilli no Facebook

Além disso, trabalhava no próprio consultório. Irene era psicóloga clínica e organizacional, mestre em Ciências da Comunicação pela USP e especialista em consultoria comportamental.

Ao longo da vida, morou em alguns bairros de São Paulo e em Salvador, na Bahia, onde também trabalhou em TV e marketing político.

Durante os seis meses em que esteve em Trieste, na Itália, conheceu as atividades de Franco Basaglia (1924-1980), responsável pela importante reforma no sistema de saúde mental italiano. Lá Irene estudou a experiência de doentes mentais fora do ambiente hospitalar.

Em 1975, casou-se com Francisco de Assis Monteiro, com quem teve quatro filhos. A viuvez veio em 1994 e, 21 anos depois, perdeu um filho de 34 anos. Assim como muitas mães que passam pela mesma situação, foi difícil elaborar o luto.

Admirada pela inteligência, na profissão, conquistou também amizades importantes, como a do psiquiatra José Ângelo Gaiarsa (1920-2010).

A facilidade para captar sentimentos vinha da sua sensibilidade e perspicácia.

Segundo o jornalista e professor universitário Victor Israel Gentilli, 67, seu irmão, apesar de ser dona de um temperamento forte, Irene não tinha inimigos nem dificuldade para reavaliar ideias, pessoas e correntes de pensamento. Sabia reconhecer o momento de mudar de opinião, se necessário.

Também eram fonte de prazer para Irene a leitura, a cena cultural e os encontros com os amigos. Com o músico Eduardo Machado viveu 14 anos de um relacionamento entre idas e vindas.

Irene morreu no dia 9 de janeiro, aos 70 anos, em decorrência de uma tromboembolia pulmonar. Deixa três filhos, cinco netos e um irmão.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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