Prefeitura promete moradias transitórias a famílias sem-teto em São Paulo

Programa terá projeto-piloto com 330 unidades com previsão de atender 1.600 pessoas

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São Paulo

Com o aumento do número de famílias em situação de rua durante a pandemia, a Prefeitura de São Paulo anunciou um programa de moradias transitórias para atender os sem-teto com crianças.

Segundo Carlos Bezerra, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do município, o projeto-piloto do programa vai oferecer, até o fim deste ano, 330 unidades, que podem atender até 1.600 pessoas. As famílias poderão ficar até 12 meses nas moradias.

"É uma política que condiz com o contexto atual dessa população. Quem foi para as ruas no último ano perdeu emprego, renda e a casa. Sem ter onde morar, ela não consegue conquistar os outros dois. É um ciclo perverso. Por isso, vamos primeiro oferecer a casa, porque ela resgata a dignidade", diz Bezerra.

São Paulo teve crescimento do número de famílias morando nas ruas durante a pandemia
São Paulo teve crescimento do número de famílias morando nas ruas durante a pandemia - Rivaldo Gomes/Folhapress

Apesar de Bezerra afirmar que a prefeitura tem como "prioridade absoluta" encontrar soluções para o aumento da população em situação de rua, o projeto de moradias transitórias terá capacidade para atender apenas uma parcela dessas pessoas. Considerando o total de moradores de rua, o projeto irá contemplar só 5% neste ano.

Bezerra diz que o plano é expandir o número de moradias transitórias até o fim da gestão, em 2023, e alcançar até 10 mil pessoas. O total de unidades, local de instalação e custo do programa não foram informados.

Para as primeiras 330 unidades, a secretaria estuda construir casas modulares de 18 m² na região central da cidade, em terrenos que são do município —a localização não foi informada. A prioridade será dada a famílias com crianças ou idosos que vivem há menos de um ano na rua.

Ainda que a promessa seja entregar essas unidades neste ano, a prefeitura ainda não fez contratação para construir as moradias nem definiu o modelo que terão.

"Quando se trata de ações para a população em situação de rua, o tempo é fundamental porque, quanto mais a pessoa permanece na rua, menos chances tem de recuperar sua autonomia. Por isso, precisamos agir rápido para evitar consequências ainda mais devastadoras dessa crise social que estamos vivendo", diz o secretário.

Além da moradia transitória, as famílias selecionadas serão acompanhadas por equipes de saúde e assistência social que também irão ajudá-las a encontrar emprego. "Experiências similares de outros países mostram que, com essas ações, a pessoa consegue se restabelecer no período de um ano e recuperar sua autonomia."

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