Após aumento, forças de segurança fazem nova manifestação em MG

Policiais afirmam existir 'possibilidade' de aquartelamento da categoria para pressionar governo Zema

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Belo Horizonte

Um dia depois de o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciar reajuste de 10% para o funcionalismo público estadual, forças de segurança fizeram nova manifestação em Belo Horizonte, desta vez na Cidade Administrativa, a sede do governo.

Representantes dos policiais militares afirmam existir a "possibilidade" de aquartelamento da categoria, ou seja, entrar para o serviço e não deixar as unidades para fazer o policiamento das ruas.

Líderes dos servidores penitenciários, por sua vez, afirmam que neste fim de semana não haverá visitas sociais nas penitenciárias do estado, o que poderia ocasionar algum tipo de reação dos presos.

O governador Romeu Zema (Novo) anunciou o aumento ao funcionalismo mineiro, mas o número é menos do que as forças de segurança cobram
O governador Romeu Zema (Novo) anunciou o aumento ao funcionalismo mineiro, mas o número é menos do que as forças de segurança cobram - Gil Leonardi - 28.mai.21/Imprensa MG

As forças de segurança cobram acordo com o governo Zema feito em 2019 para recomposição salarial. Pelo acordo, restam 24% a serem pagos.

A manifestação foi realizada no vão sob o prédio em que fica o gabinete do governador. Estampidos foram ouvidos, e uma corneta era acionada apontada para o edifício.

O grito mais ouvido era "Zema caloteiro".

Nas duas entradas do prédio foram colocados gradis. Policiais militares guardavam os dois acessos.

Ao final, os manifestantes, a maioria policiais civis, fecharam a Linha Verde nos dois sentidos. A estrada passa em frente à Cidade Administrativa e liga a capital ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

Organizadores do ato afirmaram ter tentado reunião com Zema, sem sucesso. A assessoria do governador não informou se Zema estava em seu gabinete durante o ato, que ocorreu das 10h às 11h30, quando os manifestantes iniciaram o fechamento da Linha Verde.

Outro protesto, nas ruas de Belo Horizonte, ocorreu na segunda-feira (21).

O presidente da Astra (Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais) afirmou que a categoria segue insatisfeita. "É possível que o aquartelamento ocorra", declarou.

Greves são proibidas para a categoria. Na quarta-feira, uma cartilha foi distribuída às tropas sobre como se comportar durante o trabalho durante o serviço neste momento de embate com o governo.

A cartilha indica aos policiais, por exemplo, que não utilizem celulares pessoais no trabalho.

Na Polícia Civil, representantes da categoria dizem que 30% do efetivo está trabalhando, com impactos em investigações e fornecimento de documentos pelo Detran (Departamento de Trânsito de Minas Gerais).

Penitenciárias

O presidente da Amasp (Associação dos Policiais e Agentes Prisionais) de Minas Gerais, Luiz Gelada, afirmou que detentos não estão sendo levados para o banho de sol, que ocorre de segunda a sexta, e que as visitas sociais não ocorrerão neste fim de semana. A categoria também trabalha com 30% do efetivo.

"Este fim de semana é o primeiro desde o início do nosso movimento, e as visitas não irão ocorrer", disse.

Nesta quinta-feira (24), decisão judicial em ação impetrada pelo estado declarou ilegal a realização de greve pela categoria.

O dirigente afirmou, no entanto, que a categoria não está em greve, mas trabalhando na chamada operação padrão, com redução do efetivo.

"Infelizmente é a única maneira que temos de chegar ao governador", declarou Gelada.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública afirmou em nota que acompanha a movimentação dos servidores, e que não há previsão, no momento, sobre quais penitenciárias do estado não poderão receber visitantes de presos no fim de semana.

"Familiares serão informados pela própria unidade sobre a suspensão temporária das visitações, se houver", afirmou a secretaria.

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