Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Ato em SP reúne brasileiros e imigrantes em apoio à Ucrânia

Cerca de 50 pessoas participaram da manifestação; presentes entoaram palavras de ordem e pedidos de 'Fora, Putin'

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São Paulo

Uma manifestação na avenida Paulista nesta sexta (25) reuniu cerca de 50 pessoas em uma demonstração de apoio ao povo ucraniano após a invasão do país do leste europeu pela Rússia. Brasileiros e imigrantes, inclusive um refugiado, estavam presentes.

Segurando uma bandeira da Geórgia, o artista plástico David Didishvili conta que nasceu na Abkházia, região que também foi ocupada pelos russos e reconhecida como independente por Moscou na década de 1990.

Fyodor Pavlov-Andreevich (russo) e Oxana Bergamo (ucraniana) durante Protesto em apoio a Ucrânia em frente ao MASP, na avenida Paulista
Fiodor Pavlov-Andreevich (russo) e Oxana Bergamo (ucraniana) durante protesto em apoio à Ucrânia em frente ao MASP, na avenida Paulista - Zanone Fraissat/Folhapress

"As mesmas forças que me expulsaram junto com a minha família quando eu tinha 11 anos estão atacando a Ucrânia agora. Eu vim apoiar a manifestação porque a Ucrânia e a Geórgia são irmãs, vivemos esse mesmo problema. A Rússia segue regras do século 20, quer controlar outros países."

A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta (24).

Durante ato em São Paulo, manifestantes entoaram palavras de ordem e pedido de "Fora, Putin".

O artista plástico russo Fiodor Pavlov Andreevich diz ter vergonha de seu país e das ações de Putin. No vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), Andreevich abraça a ucraniana Oxana Bergamo, 47. "Você não pode entrar no país vizinho e fazer essa bagunça. Não se pode tratar assim um país independente."

Ele afirma que tem amigos que se manifestaram contra a guerra em Moscou e foram presos. "Todos temos que pensar na Ucrânia. Estou falando com vários amigos e com pessoas da minha família estendida que moram lá. Eles estão há 40 horas no metrô de Kiev, sem água, sem banheiro, sem lugar para dormir, estão com bebês. É muito sofrimento."

Já a polonesa Kasia Patyra, 38, não consegue contato com seus amigos na Ucrânia desde o início da invasão. "Não tenho notícias deles. Eu sou do leste da Polônia, de uma cidade a 80 km de distância da divisa, então conhecemos pessoas que vivem na Ucrânia. Eu estou chocada, triste. Quando a Crimeia foi invadida já foi um choque, mas dessa vez foi mais agressivo", diz.

Para o brasileiro Celso Roberto Pereira Filho, que vive na Ucrânia durante metade do ano, o que aconteceu foi uma surpresa. "Eu não acreditava que haveria nada, todos me disseram para voltar para o Brasil e eu acabei voltando. Não achava que invadiriam até dois dias atrás." Ele diz ainda que conseguiu manter contato com os amigos e que está preocupado, porque nenhum homem com mais de 18 anos pode deixar o país.

Nesta quinta, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski proibiu todos os homens com idade entre 18 e 60 anos de deixar o país. Eles devem se apresentar para lutar.

O consulado britanico em Sao Paulo hasteou nesta quinta (25) uma bandeira da Ucrânia
O consulado britanico em Sao Paulo hasteou nesta quinta (25) uma bandeira da Ucrânia - Jonathan Knott CM no Linkedin
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