Apesar de ter feito carreira na comunicação pública, como assessor de imprensa, Emerson Machado de Figueiredo gostava mesmo era de ser reconhecido como jornalista da Folha. No jornal, trabalhou por cerca de 20 anos.
"Ele saiu da Folha, mas a Folha nunca saiu dele", afirma Mauro Teixeira, amigo de infância de Emerson.
Nono de uma família de dez filhos, passou a infância no Jaçanã, na zona norte de São Paulo. O pai, Antônio, era nordestino, e a mãe, Conceição, do interior paulista.
"Ele tinha uma relação com essa família muito especial, muito ligado a esses irmãos, sobrinhos e sobrinhos-netos", afirma Cibele Lopresti Costa, companheira de Emerson.
Na juventude, estudou em escola pública, participou de movimento estudantil secundarista e depois formou-se em jornalismo pela Cásper Líbero.
Esporte e política eram dois assuntos que o fascinavam. Era louco pelo Corinthians e muito fã de Fórmula 1. "Militamos juntos na adolescência. Ele era um cara politizado", afirma Mauro Teixeira.
Em 1986, ele se casou com Cibele. O matrimônio durou cerca de 30 anos, e o casal teve dois filhos, André e Ulisses. Um ano depois de casado, começou a trabalhar como repórter na Folha.
No jornal, teve uma carreira de cerca de 20 anos. Trabalhou na editoria de esporte durante muitos anos e dirigiu a sucursal em São José dos Campos –participou da cobertura da morte do Ulysses Guimarães.
Trabalhou também na Folha da Tarde e ajudou a implementar o jornal Agora –ele foi secretário de Redação nas duas publicações. Depois, "ele achava que tinha que diversificar de empresa e foi trabalhar com internet na AOL", afirma Cibele.
Na nova empresa ficou pouco tempo e foi para o grupo Abril trabalhar no BOL. Até que houve a fusão de BOL e UOL.
"Ele foi um dos que implementaram o comércio eletrônico no UOL. E eu me lembro de ele vibrar muito porque era responsável por vendas", afirma Cibele.
Depois dessa passagem, Emerson foi convidado a ser secretário adjunto de comunicação do governo Geraldo Alckmin. Chegou a abrir uma empresa de comunicação pública, mas desfez a sociedade e se dedicou até a aposentadoria à função de assessor de imprensa de órgãos de governo.
O jornalista tinha muitos amigos que ele fazia questão de preservar. "Emerson sempre foi um cara muito agregador, generoso e gostava de estar com os amigos", afirma Mauro Teixeira.
No último dia 4 de fevereiro, aos 60 anos, Emerson morreu após sofrer uma parada cardíaca. Ele deixa dois filhos, uma parceira de vida, sete irmãos e muitos sobrinhos e sobrinhos-netos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.