Mortes: Solidário e generoso, agia em silêncio

Dailto de Moura não perdia nenhuma oportunidade de festa, passeio ou aventura

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Belo Horizonte

Ainda adolescente, Dailto de Moura descobriu que tinha jeito para o comércio ao trabalhar na mercearia de um primo. Ele até se aventurou por outra profissão, foi frentista de posto. Mas, depois de casado, resolveu que queria uma mercearia para chamar de sua.

Vendia de tudo um pouco na sua em Engenheiro Caldas, interior de Minas Gerais. Atrás do balcão, ele podia observar tudo. Via a cidade, o movimento, as pessoas, recebia e atendia a pedidos de ajuda de todo tipo de gente. Não gostava de comentar nem de julgar a vida alheia.

Seu silêncio não pode ser confundido com indiferença. Dailto foi um homem generoso, fazia tudo ao seu alcance pelos outros, e, às vezes, até era passado para trás por isso. "No silêncio dele, caladão, quietinho no canto dele, ele fez muito", conta sua irmã Rozilda de Moura.​

Dailto de Moura (1960-2022)
Dailto de Moura (1960-2022) - Arquivo pessoal

Era extremamente cuidadoso com seus pais, irmãos, esposa, netos e filhas. Para elas, o principal ensinamento que deixou foi o respeito ao tratar as pessoas. Dailto não abria mão de tratar todos de forma igual, independentemente da origem ou da condição financeira.

Não deixava passar nenhuma oportunidade de festa, passeio ou viagem. Em uma ocasião, passou três meses nos Estados Unidos, onde mora uma das filhas. Viveu a experiência intensamente: sabia onde queria comer, o que queria visitar. Amou conhecer a neve, mas não gostou do frio a longo prazo. Voltou contando que "até trabalhar lá, eu trabalhei, para experimentar o serviço".

Dailto era apaixonado pelo seu primeiro neto, de 10 anos, talvez ainda mais por nunca ter tido um filho. Todos os dias, se não recebia a visita do menino, ia procurá-lo na casa da filha.

Convivia havia alguns anos com um câncer de fígado que não quis tratar. Foi a mesma doença que levou sua mãe, mesmo com tratamento. Para ele, o tratamento não parecia valer a pena. Morreu em 11 de janeiro de 2022, aos 61 anos, por causa da doença.

Deixou esposa, três filhas, dois netos, cinco irmãos e uma mercearia.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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