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SP vai aplicar vacina contra Covid em alunos nas escolas públicas e privadas, diz Doria

Campanha será de 19 a 25 de fevereiro; pais terão que assinar termo de concordância

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São Paulo

O governador de São Paulo, ​João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (16) que o estado deverá ir a escolas das redes públicas (estadual e municipal) e privadas para promover a campanha de vacinação contra a Covid-19 em crianças e adolescentes.

Durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria disse que o objetivo é agilizar a imunização na faixa etária de 5 a 11 anos.

A campanha foi batizada com o nome de Semana E e deverá durar de 19 a 25 de fevereiro.

Durante a aplicação das doses nas escolas, não haverá necessidade da presença dos pais ou responsáveis. Eles, porém, deverão assinar um termo de concordância.

"A gente conta com parcerias dos municípios para usar a escola para fazer esse grande movimento", disse Regiane de Paula, coordenadora geral do programa estadual de imunização.

Davi Seremrámiwe Xavante, 8, foi a primeira criança vacinada em São Paulo, no dia 14 de janeiro - Bruno Santos - 14.jan.2022/ Folhapress

A iniciativa consiste em instalar postos volantes dentro dos colégios, e caberá às secretarias municipais de saúde organizar o esquema em suas respectivas cidades.

O termo de concordância, segundo o governo, já foi entregue aos 645 municípios e poderá ser enviado aos pais e responsáveis pelas escolas que aderirem a Semana E.

Regiane disse que 60% do público de 5 a 11 anos, cerca de 2,4 milhões de crianças, foram vacinadas em São Paulo até o momento. "Importante ressaltar que temos um público que ainda não retornou para tomar a segunda dose, entre eles mais de 1 milhão de adolescentes que estão no ensino médio", afirmou.

Segundo os dados do estado nesta quarta, 97.599.211 de doses de vacina contra Covid-19 foram aplicadas em São Paulo, sendo 91% da população com a primeira dose, e 81% com a segunda dose.

Também durante a entrevista, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que será entregue, a partir desta quinta (17), um lote de 10 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde.

De acordo com o Butantan, o acordo tende a acelerar a imunização de crianças. "Nós entregaremos a totalidade das 10 milhões de doses para os depósitos do Ministério da Saúde. O contrato foi assinado e, portanto, a liberação será imediata. Neste momento, estamos nos preparando para fazer esta entrega amanhã de manhã", falou Covas.

No Brasil, as crianças de 5 anos e as imunossuprimidas de 5 a 11 anos só podem receber o imunizante da Pfizer, enquanto as demais podem ser protegidas pela Coronavac.

Quarta dose

João Gabbardo, coordenador-executivo do Comitê Científico do estado, afirmou que o estado pretende aplicar a quarta dose em idosos a partir de 4 de abril.

"O Comitê concorda com a posição do Ministério da Saúde de que nesse momento tenhamos a conclusão da vacinação, isto é para quem não tomou a segunda, a terceira dose, devem tomar. E a orientação é para que as pessoas imunossuprimidas devem receber a quarta dose. Baseado nisso, entendemos que os idosos estão incluídos nesse grupo, porque passam por uma reeducação em sua imunidade", afirmou ele.

"Temos 15 dias do mês de fevereiro e março para buscar aqueles que estão faltando, que não tomaram as doses. Então, no dia 4 de abril vamos começar com as pessoas acima de 90 anos e vamos reduzindo até a inclusão dos 60 anos. Esse cronograma será definido de acordo com a disponibilidade de vacinas que teremos no dia 4 de abril", completou Gabbardo.

Sem passaporte

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que o estado não deverá exigir passaporte da vacinação para os alunos, mesmo depois da conclusão da Semana E.

"Em relação ao passaporte, não temos nenhuma possibilidade de exigir passaporte para entrar nas escolas. Continuamos com a mesma medida que tomamos, cobrando a carteira de vacinação e, se não for apresentada e não estiver vacinada, vamos informar as autoridades, o Conselho Tutelar", disse o secretário.

"Mas não vamos instituir o passaporte da vacina para crianças porque elas não podem decidir se vacinarão ou não. Seria culpar e punir as crianças duas vezes, uma por não tomar a vacinar e outra por não ir à escola porque, eventualmente, o responsável dela não queira. Então não há nenhuma possibilidade", acrescentou.

Vacinação de crianças

A imunização entre crianças de 5 a 11 anos começou oficialmente em 14 de janeiro deste ano. Com a presença do governador no hospital das Clínicas, o menino indígena de 8 anos, Davi Seremramiwe Xavante, foi a primeira a ser vacinada.

No início da campanha entre crianças e adolescentes, havia forte resistência do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Durante uma entrevista, no dia 24 de dezembro, Bolsonaro lançou, sem provas, suspeitas quanto à segurança da vacina aprovada pela Anvisa.

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, chegou a dizer que o governador de São Paulo, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, de "fazer palanque" ao comparecer ao lado de Davi.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), porém, havia autorizado desde 16 de dezembro o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças a partir de cinco anos contra a Covid-19.

Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos.

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