Ataque com faca deixa 2 alunos feridos em colégio de São Paulo

Segundo PM, suspeito disse que sofria bullying, versão contestada por diretora da escola

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São Paulo

Uma estudante de 12 anos foi esfaqueada por um colega na sala de aula, nesta terça-feira (22), no Colégio Floresta, na zona leste de São Paulo. Um garoto que tentou protegê-la também foi ferido. O aluno de 13 anos suspeito de cometer o ataque disse que sofria bullying, segundo a polícia.

A estudante foi golpeada ao menos dez vezes e teve o pulmão perfurado, de acordo com a polícia. Ela foi levada para o hospital municipal de Ermelino de Matarazzo e não corria risco de morte.

O garoto de 11 anos que tentou protegê-la foi levado à delegacia, acompanhado pela mãe, com um curativo no local do ferimento, para prestar depoimento.

O ataque ocorreu na sala de aula, por volta das 11h20. Como era a faixa de horário de troca de aula, não havia professor no local. A Polícia Militar foi acionada em seguida.

Chão com manchas de sangue em meio a mochilas
Sala de aula em que dois estudantes foram feridos na manhã desta terça (22) em colégio da zona leste de São Paulo - Arquivo pessoal

Segundo a polícia, após o episódio, o aluno suspeito de ferir os colegas com uma faca de cozinha foi encontrado na quadra da escola. Ele foi levado ao 24º Distrito Policial, da Ponte Rasa, acompanhado pelos responsáveis.

De acordo com o tenente da PM Fernando Grisi, o aluno suspeito disse que sofria bullying da colega.

As aulas do colégio foram suspensas para a realização de perícia no local. A rua onde fica a escola chegou a ser interditada, mas por volta das 13h foi liberada.

Policiais em acesso à escola
Fachada do Colégio Floresta, na zona leste de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) disse, na manhã desta quarta-feira (23), que a faca utilizada foi apreendida para perícia e o jovem infrator foi encaminhado à Fundação Casa. O caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal e de tentativa de homicídio pelo 24º ​DP.

Diretora nega bullying

A diretora do colégio, Elotisa Maria Otavia Garcia, disse à Folha que a situação deixou todos os professores da escola surpresos e negou que o aluno suspeito fosse vítima de bullying pelos colegas, como teria sido afirmado por ele à polícia.

"Temos uma equipe de apoio no colégio com psicólogas que orientam e fazem trabalho com os alunos. Em nenhum momento nossa psicóloga percebeu qualquer dificuldade desse aluno", afirmou ela.

"Em nenhum momento, nem ele nem ela nos procuraram para falar. Não temos problemas de disciplina, os alunos são educados, e as famílias são presentes. Para nós, foi uma surpresa muito grande", acrescentou a diretora. Com a ajuda de um professor da escola, ela levou a aluna ferida ao hospital.

A educadora disse que, após o ocorrido, os professores ficaram supervisionando grupos de alunos para que nenhum ficasse sozinho. Logo depois, os responsáveis dos alunos foram informados sobre o ocorrido para buscá-los.

A advogada da escola, Luciana Gaston Schwab, afirmou que, quando o garoto foi abordado pelos policiais, estava tranquilo, apesar de assustado. "Não sabemos se ele teve um surto ou se tinha consciência [do que fez]. Uma avaliação será necessária para analisar o ocorrido."

Em nota publicada no site, o colégio disse que as aulas foram suspensas até o fim desta semana. O retorno das atividades está previsto para o dia 28 de março. "Agradecemos, desde já, as várias manifestações de apoio e solidariedade não só junto à nossa Instituição, mas, principalmente, perante todos os envolvidos, em busca da verdade dos fatos", afirmou a escola.

Apesar de a ocorrência ter acontecido em uma escola particular, a assessoria de imprensa da Diretoria de Ensino Leste 1, da Secretaria da Educação do Estado, afirmou por telefone acompanhar o caso e que, eventuais medidas, não especificadas, podem ser tomadas assim que as circunstâncias forem esclarecidas pela polícia.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do que foi publicado em versão anterior deste texto, a estudante ferida no ataque tem 12 anos, e o garoto que tentou protegê-la, 11. 

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