Cozinheiro é morto após jogar carro contra guardas em São Paulo; veja vídeo

Homem atropelou advogado, que permanece internado, em frente a conjunto habitacional

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São Paulo

Um cozinheiro de 37 anos morreu após atropelar um advogado de 58 que estava ao lado de guardas-civis metropolitanos na região da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. O caso ocorreu por volta das 23h desta terça-feira (1º).

Imagens feitas com um celular mostram o advogado, de camisa branca, acompanhado de GCMs, em frente ao portão do Conjunto Habitacional Ponte dos Remédios.

A GCM (Guarda Civil Metropolitana) afirmou que o local conta com a presença contínua de agentes, por já ter sido alvo de outra invasão, no ano passado. O advogado permanecia internado até a publicação desta reportagem.

Guarda atira após cozinheiro acelerar carro contra agentes na zona oeste da capital paulista - Reprodução/Redes sociais

O local, segundo relatado por guardas à Polícia Civil, "é constantemente alvo de invasões".

Por esse motivo, os GCMs estavam em frente ao empreendimento, pois um grupo concentrado nas imediações estaria tentando supostamente entrar ilegalmente em imóveis desocupados.

As imagens mostram que, enquanto o advogado conversa com os agentes, um Palio preto chega ao local e acelera contra os guardas e o homem de branco, o único que é atingido pelo veículo, caindo no chão em seguida.

O portão de acesso está encostado, mas abre parcialmente após o atropelamento.

O cozinheiro Silvano Carlos dos Santos, 37, acelera em seguida, movimentando o carro em direção ao homem caído no chão. Os guardas atiram três vezes neste momento.

Em depoimento à Polícia Civil, os guardas afirmaram primeiramente ter atirado com munição não letal.

O homem, ainda segundo os guardas, continuou a acelerar o veículo contra o advogado e, quando tentou dar marcha a ré, um dos guardas sentiu que seria atingido e atirou com um revólver calibre 38, atingindo o cozinheiro na região do tórax.

Pessoas que acompanham o caso gritam que há crianças na região.

O cozinheiro foi atendido por socorristas do Corpo de Bombeiros, mas morreu ainda no local.

No carro dele, uma pistola de brinquedo foi encontrada, assim como uma pequena quantidade de maconha.

O advogado foi encaminhado ao hospital da Luz, onde permanecia internado até a publicação desta reportagem. O estado de saúde dele não foi informado.

O caso foi registrado como resistência, morte decorrente de intervenção policial e lesão corporal no 91º DP, que investiga o caso.

Obras começaram em 2012

De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, da gestão Ricardo Nunes (MDB), o empreendimento irá atender às necessidades de 341 famílias. O investimento é de R$ 151 milhões.

A pasta afirmou que o local foi invadido no fim de fevereiro do ano passado, quando as obras estavam praticamente concluídas. A previsão para a conclusão de 181 unidades, anunciada em 2018 pela então gestão interina de Bruno Covas (1980-2021), seria até 2019.

Essa primeira invasão, segundo a Habitação, durou até junho de 2021, quando o local foi desocupado por meio de uma reintegração de posse. O número de famílias retiradas do local não foi informado.

Na ocasião, ainda de acordo com a pasta, foram encontradas avarias nos apartamentos invadidos, que atrasaram a entrega dos imóveis além de gerar um prejuízo de R$ 5,2 milhões, por conta de "reparos necessários."

Às pessoas que haviam invadido o conjunto habitacional, a prefeitura afirma ter disponibilizado R$ 900 de auxílio mudança na ocasião, além de caminhões de transporte.

Os apartamentos estão designados a famílias em situação de vulnerabilidade, inscritas nos programas habitacionais da capital, após serem retiradas de áreas de risco ou em frente obras públicas.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) entregou com três anos de atraso as primeiras unidades do Conjunto Habitacional Ponte dos Remédios, na zona oeste paulistana, em 15 de fevereiro deste ano.

Segundo a própria prefeitura anunciou, em 2018, a previsão de entrega de 181 unidades populares estava prevista para 2019.

No dia 15, o prefeito entregou as primeiras 78. A disponibilização de mais 103 apartamentos está prevista para abril deste ano, ainda segundo a prefeitura.

Na ocasião, Nunes anunciou a construção de mais 900 unidades no terreno, até 2024.

O terreno foi desapropriado para construção do Conjunto Habitacional em 2010. As obras começaram, em 2012, sob a então gestão de Gilberto Kassab, sem consulta prévia aos órgãos ambientais do município e do estado, em um terreno com suspeita de contaminação.

As obras do empreendimento começaram para ajudar famílias da favela do Moinho, atingida por incêndios em 2011 e em 2012. Na ocasião, 810 famílias se cadastraram para receber auxílio moradia, até conseguirem um lar definitivo.

Em 2015, já na gestão de Fernando Haddad (PT), as obras do conjunto habitacional viraram "esqueletos" abandonados.

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