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Lotação de UTIs tem queda acentuada nos estados após Carnaval

Apenas Sergipe e Espírito Santo registram ocupação de leitos acima de 60%

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Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Conselheiro Lafaiete (MG), Belo Horizonte e São Paulo

Depois de atingir patamares acima de 80%, estados e o Distrito Federal vivem situação mais confortável quanto ao cuidado com pacientes críticos em leitos exclusivos para a Covid-19.

Apenas Sergipe e Espírito Santo têm taxas de ocupação acima de 60%, segundo levantamento da Folha com governos nesta segunda-feira (7).

O quadro se mostra mais estável do que o da semana anterior ao feriado de Carnaval, quando Mato Grosso do Sul e Distrito Federal tinham 80% ou mais dos leitos de UTI ocupados.

Paciente em UTI de hospital de Porto Alegre, no Rio de Grande do Sul - Diego Vara - 14.jan.22/Reuters

Governadores de ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já deram aval ou vão liberar a população do uso obrigatório de máscara nas ruas e ambientes abertos.

De acordo com o cenário epidemiológico do estado de São Paulo, o número de internações em UTI por Covid-19 permanece em queda.

Nesta segunda (7), 1.573 pacientes com suspeita ou confirmação da doença estavam hospitalizados, resultando em uma taxa de ocupação de 36,27%. Em 21 de fevereiro, eram 2.615 pessoas —taxa de 53,91%.

"A tendência de queda se deve ao arrefecimento da variante ômicron. Isso permite um debate sobre a liberação das máscaras, mas não com efeito imediato de implementação, já que o estado ainda apresenta muitos internados na UTI", afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, até domingo (6), 13 hospitais públicos estaduais permaneciam com ocupação acima de 90% nos leitos de UTI Covid. Entre eles estavam o Geral de Pedreira e o Infantil Darcy Vargas, na zona sul da capital, o Estadual Vila Alpina e o Santa Marcelina (Itaim Paulista), na zona leste, Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte, e Hospital das Clínicas.

De acordo com dados da SP Covid-19 Info Tracker, no Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo) a ocupação na UTI chegava a 89,5%. Ainda segundo a plataforma, há um fechamento gradativo e desproporcional de leitos com relação à demanda. Em 21 de fevereiro, havia 58 leitos de UTI disponíveis. Nesta segunda (7), eram 38.

No Rio de Janeiro, as internações em UTI por Covid despencaram nas últimas duas semanas. Baixaram de 46% para 10% no estado e de 72% para 4% na capital, comparando os dias 21 de fevereiro e 6 de março.

Nesta segunda (7), logo após o Carnaval, o prefeito Eduardo Paes (PSD) derrubou a obrigatoriedade do uso máscaras em locais fechados, incluindo escolas e transporte público, argumentando que a taxa de testes com resultado positivo para Covid está abaixo de 2%.

Em Pernambuco, a ocupação de leitos de UTI para casos síndrome respiratória aguda grave saiu de 68% para 52%. A queda no indicador foi uma das motivações para a flexibilização de medidas restritivas no estado depois do Carnaval.

Proibidos durante o período carnavalesco, os eventos festivos estão liberados desde a quarta passada (2) com limite de até 1.500 pessoas ou 70% da capacidade em ambientes fechados e de até 3.000 pessoas ou 70% da capacidade em locais abertos. Ainda é obrigatória a apresentação do passaporte vacinal e de teste negativo quando há mais de 500 pessoas.

Com a queda na taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos, de 56% para 31%, no intervalo de 21 de fevereiro a 7 de março, na Bahia, o governo do estado autorizou a realização de eventos com capacidade máxima de público.

Por sua vez, a capital baiana, Salvador, apresentava taxa de ocupação leitos de UTI para adultos de 34% das 175 vagas.

O relaxamento das medidas de restrição vale para eventos em locais fechados, como espaços culturais, cinemas e teatros. Com isso, os estádios estão autorizados a receber público equivalente a até 30% do limite de ocupação.

Em todas as situações, o acesso aos locais está condicionado à comprovação de vacinação contra a Covid-19, além de ser obrigatório o respeito aos protocolos sanitários, como distanciamento social e uso de máscaras.

No Ceará, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos caiu quase pela metade, num intervalo de duas semanas, de 64% para 36%. Em Fortaleza, o índice caiu de 65% para 54%, no período de 21 de fevereiro a 7 de março.

O Distrito Federal tinha 52% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados nesta segunda (7).

No total, o DF contava com 123 leitos para adultos, dos quais 64 estavam ocupados e 24, liberados. Os outros 35 aguardavam liberação ou estavam bloqueados —quando o leito está sendo preparado para receber novo paciente, passando por desinfecção ou com manutenção em algum equipamento.

De 18 leitos de UTI neonatal e pediátrico no DF, 11 estavam ocupados. A Secretaria de Saúde criou 20 novos leitos de UTI para adultos e manteve o mesmo número de leitos pediátricos em relação à semana anterior.

No Rio Grande do Sul, a ocupação nos leitos de UTI públicos na rede estadual atingiu 52,3% nesta segunda (7) —o painel do estado, porém, indicava que 42 hospitais estavam com dados em atraso, o que pode afetar a média geral.

Em 21 de fevereiro, a taxa registrada era de 57,3%. O estado contabiliza os leitos gerais, não apenas reservados para casos relacionados à Covid-19.

Nas UTIs adultas, ainda segundo o painel, 391 pacientes estavam internados com casos confirmados ou suspeitos da doença. Outros 691 pacientes com esse perfil estavam internados fora de leitos críticos.

Em Santa Catarina, a taxa de ocupação teve queda de 60% para 47% entre o fim de fevereiro e a primeira semana de março, apesar de o painel também indicar redução no total de leitos no estado. A diminuição foi semelhante no Paraná, onde passou de 67% no fim de fevereiro para 43%, nesta segunda.

No Rio Grande do Norte também houve queda: o estado passou de 50,5% de ocupação em leitos críticos para 35,8%, nesta segunda (7). A conta considerava leitos disponíveis e ocupados e desconsidera os que aparecem como bloqueados no painel.

O Piauí é outro estado em que as internações estão em queda desde o início de fevereiro. A ocupação de leitos intensivos baixou de 71% para 48% nas últimas duas semanas. As quatro vagas infantis continuavam ocupadas.

Em Goiás, a ocupação de leitos de UTI para Covid recuou de 68% para 54% em duas semanas. Houve redução no número de leitos disponíveis na rede estadual de saúde, que caiu de 245 para 194 unidades em um intervalo de 14 dias.

Na capital Goiânia, mesmo com o número de leitos de UTI para Covid mantido em 190, a ocupação desabou de 71% para 33,16% em duas semanas.

Em Mato Grosso do Sul, as internações por Covid apresentam tendência de queda. Após o estado registrar 80% das UTIs ocupadas no último dia 21, esse percentual caiu para 44% nesta segunda (7). Apesar disso, todos os cinco leitos pediátricos para Covid estavam ocupados.

Na capital Campo Grande, 68% das unidades de terapia intensiva estavam ocupadas. Há duas semanas, esse índice era de 98%.

No Tocantins, a taxa de ocupação das UTIs caiu de 43% para 26% em duas semanas. Palmas tinha 25% dos leitos de UTI ocupados nesta segunda (7).

A Paraíba também tinha um percentual baixo de ocupação de leitos de UTI, com 30% das unidades ocupadas. Em João Pessoa, esse índice caiu de 68% para 40% em duas semanas.

No Acre, o percentual de leitos de UTI ocupados caiu de 60% para 40% em duas semanas. Nesta segunda (7), o governo renovou a classificação de risco para a bandeira amarela —com isso, o funcionamento dos setores e atividades comerciais fica limitado a 50% da capacidade de público.

Em Roraima, o número de internações também apresentou redução, e o percentual de leitos intensivos ocupados caiu de 44%, em 21 de fevereiro, para 26% nesta segunda (7). Diante da queda nas internações, a prefeitura de Boa Vista decidiu desobrigar o uso de máscaras em ambientes abertos.

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