Descrição de chapéu Obituário Francisco Wanderley Midei (1943 - 2022)

Mortes: Bon vivant, foi o amigo poeta e de boas histórias

Wanderley Midei teve passagens por vários veículos da imprensa

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São Paulo

As ruas do Canindé (região central) da São Paulo de antigamente viram Wanderley Midei até a sua juventude.

Filho caçula de pai operário de uma indústria de talheres e de mãe dona de casa e costureira, passou a infância brincando na avenida Cruzeiro do Sul, ao lado do trem. Conviveu com imigrantes e viu o desenvolvimento da região.

Em 1961, tornou-se jornalista. E pelo tempo de atividade incorporou o título.

Francisco Wanderley Midei (1943-2022)
Francisco Wanderley Midei (1943-2022) - Arquivo pessoal

O início da carreira foi como foca em Santos (a 72 km de SP), no litoral paulista, para a Folha. Também trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no SBT e na extinta TV Manchete.

Mesmo cego por causa de um glaucoma, nunca deixou de escrever. Além de jornalista, era escritor de contos e poesias e também compositor.

Segundo a engenheira florestal Daniela Midei, 46, sua filha, Wanderley publicou quatro livros e em parceria compôs músicas para um CD.

O senso de justiça o definia. No quesito generosidade, não era diferente. "Ele ajudou a todos que o procuraram em busca de oportunidade profissional ou por dificuldades. Meu pai cultivava as amizades", diz Daniela.

Também foi um defensor da ética. "Para o meu pai, não existia meio ético. Você é ou não é. 'Faça as suas escolhas para ser ético. Aproveite e festeje a vida', ele dizia."

Bon vivant, dava extrema importância aos prazeres da vida: comer e beber bem e principalmente dançar.
Na Redação ou numa mesa de bar ao final do dia, conversar com o Wanderley era privilégio. Amigo e afetuoso, tinha um bom repertório de palavras e histórias.

"Ele tinha uma presença de espírito muito grande. Era carinhoso, bem-humorado, tratava a todos com respeito e atenção. Mesmo com todo o conhecimento que ele tinha, era um homem muito simples", afirma a jornalista Maria Ângela Figueiredo. Os dois eram amigos desde o início dos anos 2000.​

Wanderley morreu no dia 11 de março, aos 78 anos, em decorrência de choque hemorrágico devido a um abscesso hepático. Divorciado, deixa os filhos Daniela e Jefferson, e as netas Clara Flor e Luana Rosa.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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