Descrição de chapéu Obituário Mateus José dos Santos (1958 - 2022)

Mortes: Eternizou sua alegria nas rodas de samba de Belo Horizonte

Mateus Uai não resistiu às complicações de um infarto

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São Paulo

O samba de Belo Horizonte perdeu um importante personagem. Um infarto tirou de cena Mateus José dos Santos, conhecido como Mateus Uai, aos 63 anos. Ele carregava a alegria do samba em seu sorriso.

Filho de Benedito José dos Santos e Maria Augusta Jesus dos Santos, começou a carreira ainda criança em programas de calouros em uma emissora de TV local.

Depois, ao lado de amigos e irmãos, chegou a montar o grupo Família. Em seguida, fundou o Black Uai.

Mateus Uai (1958-2022)
Mateus Uai (1958-2022) - Mateus Uai no Facebook

O talento, a criatividade, a poesia e a irreverência fizeram de Mateus Uai um grande sambista e compositor, famoso nas rodas de samba em Belo Horizonte, sua terra natal.

"Morada do Samba", "Verdadeiro Brasileiro" e "Colorido do Amor" são algumas das composições que faziam sucesso na cidade.

Além de participações em shows, Mateus Uai apresentava-se com frequência no bar do Orlando, em Santa Tereza. No Carnaval, marcava presença no Bloco dos Pescadores e em outros da região. Alguns de seus sambas foram gravados por artistas famosos da região, como Ivo do Pandeiro e Neno Grande.

No período em que morou no Rio de Janeiro, frequentou as rodas de samba, principalmente o boteco do Arlindo Cruz.

"Mateus tinha uma força simples e contagiante, na intensidade do seu forte carisma. Além de muito talentoso, era um ser humano maravilhoso. Quando vinha a Belo Horizonte, às vezes o chamava para subir no palco e cantar comigo", afirma Toninho Geraes, cantor e compositor.

"Ele foi um gênio incompreendido e abandonado pela sociedade e pelo poder público e, por isso, não foi valorizado. Foi excelente compositor, grande talento. Nunca teve uma música ou um CD gravado. Vivia de bar em bar. Queria ser reconhecido e ter o trabalho eternizado. Para artistas como ele, não existe espaço na cultura, mas mesmo assim são amados pelo público", diz o presidente da Liga dos Blocos de Rua de Santa Tereza, Kerison Lopes, 46, seu amigo há dez anos.

Mateus Uai somava ao samba talentoso a amizade, a simpatia e o sorriso. "Chamava todo mundo pelo nome, sempre rindo e brincando", recorda Kerison.

Mateus Uai morreu dia 7 de março, aos 63 anos, após sofrer um infarto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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