Descrição de chapéu Obituário Paulo Moreira Vaz Pereira (1985 - 2022)

Mortes: Influencer e policial, foi um dos principais ativistas trans do país

Popó Vaz tornou-se uma das grandes vozes pelos direitos da comunidade LGBTQIA+

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São Paulo

Paulo Vaz ou Popó Vaz, como ele assinava muitas vezes, dividiu-se entre duas carreiras que têm pouco em comum: a de influencer digital e a de policial civil. Homem trans, ganhou espaço na internet como uma das principais vozes pelos direitos da comunidade ​LGBTQIA+.

"O Popó não fez uma escolha exibida. Ele é homem e sempre foi homem. Desde criança sabia disso, só não sabia dar nome às coisas. Não sabia que isso era possível", afirma o jornalista Fernando Oliveira, o Fefito, um de seus grandes amigos.

Paulo Moreira Vaz Pereira (1985-2022) - @popo_vaz no Instagram

O policial desbravou novos caminhos ao ingressar na polícia, diz o amigo. "Ser um homem trans em um tempo em que as pessoas mal respeitavam o nome social neste país, estar na polícia era de uma coragem gigantesca."

O agente era apaixonado pela profissão e dizia com muito orgulho que era policial. Ele era investigador, gostava de ir atrás dos desfechos e das explicações dos casos que caíam nas suas mãos.

Ele também adorava malhar e era considerado um símbolo sexual pela comunidade LGBTQIA+, segundo o amigo.

Há dois anos se casou com o youtuber Pedro HMC, idealizador do canal Põe na Roda, e viu a sua carreira como influencer digital, que já existia, crescer ainda mais.

Desde o início, ganhou muitos seguidores com seus vídeos divertidos, nos quais chamava atenção seu carisma.

Foi na produção de conteúdo digital que ele também se tornou uma das grandes vozes pelos direitos da comunidade trans. "Não é exagero dizer que ele era o homem trans mais famoso deste país", afirma Fefito.

Nascido em Belo Horizonte, Popó morava em São Paulo desde o ano passado. Foi na cidade mineira, inclusive, que conheceu Giovanna Heliodoro, historiadora e influenciadora digital, em um set de filmagem de uma série.

Giovanna lembra com carinho daquele momento quando conheceu o amigo. "Ele sempre me tratou no feminino, de uma forma muito acolhedora e muito respeitosa. Em uma troca que talvez eu não tivesse experienciado antes e isso me deixou muito confortável naquele momento."

Segundo ela, Popó era alguém em quem se podia confiar, abraçar, sentir-se confortável e acolhida. Ela recorda que todos os encontros que teve com ele sempre foram de muitas risadas e de um olhar muito receptivo e amável.

Com a vinda dele para São Paulo, os dois acabaram se distanciando um pouco, mas depois se reaproximam enquanto criadores de conteúdo na internet.

"O Popó vem desse lugar de alguém que abriu muitos caminhos e portas para que a gente pudesse ocupar novos espaços na internet", afirmou a amiga.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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