Com mais de 30 anos de carreira no Corpo de Bombeiros, Helios Baptista Nunes esteve à frente de vários comandos e ajudou a combater grandes incêndios na cidade de São Paulo.
Nascido em Alfredo Guedes, distrito de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, mudou-se para a capital paulista aos 16 anos para prestar concurso para a Força Militar –atual Polícia Militar.
Aprovado, tornou-se aspirante da turma de 1961 depois de cinco anos na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
Como bombeiro, ele se realizou profissionalmente. Em um momento da carreira, chegou a comandar o 4° Grupamento do Corpo de Bombeiros, responsável pelo atendimento em áreas das zonas sul e oeste da capital paulista.
"Ele pegou vários incêndios horríveis. Meu marido foi um herói, fez a carreira dele com muito louvor", afirma a viúva Conceição de Maria Lessa Nunes.
Entre os incêndios mais emblemáticos da cidade, ele esteve na linha de frente do combate às chamas do Edifício Andraus, em 1972, e do Edifício Joelma, em 1974.
A viúva recorda também que o marido ajudou a conter um incêndio que atingiu a fábrica de brinquedos Estrela e, outro, no prédio da TV Bandeirantes, em 1969.
"Vários bombeiros ficaram soterrados lá e foi um susto muito grande para a família também, porque a gente sofre. A esposa e a família do bombeiro sofrem mesmo. A gente sabe que ele está no comando e é sempre perigoso", afirmou a viúva.
No final da década de 1960, Helios ajudou a combater um incêndio na penitenciária do Carandiru, provocado pelos presidiários depois de uma rebelião. "Ele foi intoxicado e ficou 15 dias em casa com a mão e o pé quebrado, coitado. Não foi brincadeira, mas ele fez tudo com muito amor", lembra Conceição.
Mesmo depois de aposentado, ele não parou de trabalhar. Atuou em projetos de instrução de combate a incêndio em diversas fábricas.
O casamento com Conceição durou 60 anos e o casal teve três filhas, Mônica, Elaine e Solange. "Ele foi o amor da minha vida, minha alma gêmea", diz a viúva.
Para as filhas, o pai foi um herói de fato, na profissão e na vida delas, e um companheiro presente em todas as horas. "[Ele] incentivou e introduziu, juntamente com nossa querida mãe, valores insubstituíveis por toda a vida. Cada uma de nós pode dizer que, sem dúvida, aprendeu algo que vamos vivenciar e perpetuar do seu rico legado."
No último dia 12 de março, Helios Baptista Nunes morreu, aos 84 anos, depois de pegar uma infecção hospitalar. Ele deixa a mulher e três filhas.
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