Descrição de chapéu Rio de Janeiro chuva

Novas chuvas em Petrópolis fazem 800 pessoas procurarem abrigos

Volume de água foi quase o dobro da última tragédia e deixou ao menos 5 mortos e 4 desaparecidos

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Rio de Janeiro

O forte temporal que atingiu Petrópolis neste domingo (20) fez mais 839 pessoas procurarem os abrigos espalhados pela cidade. Elas se juntam a outros 289 moradores que ainda estão sem casa desde a última tragédia, em fevereiro.

A prefeitura afirma que está fazendo o atendimento de cada caso para verificar se todas elas tiveram suas moradias afetadas e serão interditadas ou se foram aos pontos de apoio apenas por receio de ocorrências.

O município serrano do Rio de Janeiro voltou a sofrer com as chuvas cerca de um mês após o maior desastre de sua história recente, que deixou 233 mortos e 4 desaparecidos. Desta vez foram 365 ocorrências registradas, 250 delas por deslizamentos.

Ao menos cinco morreram e 31 ficaram feridos, segundo o Corpo de Bombeiros. Um óbito ocorreu no Centro, dois no Morro da Oficina e dois na rua Washington Luiz, onde estão sendo procurados mais quatro desaparecidos. Outros 34 moradores foram resgatados com vida.

Rua destruída pela chuva
Petrópolis foi atingida por um novo temporal na tarde deste domingo (20) - Reprodução/TV Globo

Em 24 horas, caíram 534 milímetros de água, mais que o dobro do acumulado no dia da tragédia (260 milímetros) —quando a chuva, porém, ficou concentrada em poucas horas. Agora essa se tornou, de longe, a marca mais alta desde o início das medições, em 1932.

O maior volume pluviométrico em dez horas durante a tarde e a noite deste domingo ocorreu no bairro São Sebastião, com 415 milímetros, e também nas localidades Coronel Veiga (375 milímetros), Dr. Thouzet (364 milímetros) e Vila Felipe (337 milímetros).

Entre as áreas mais afetadas desta vez estão também Alto da Serra e Chácara Flora, regiões que já haviam sido castigadas em 15 de fevereiro. Cruzes que foram fincadas na praça da Águia em homenagem às vítimas, quando o evento completou um mês, foram arrastadas.

O governador Cláudio Castro (PL) foi à cidade nesta segunda (21) acompanhar os trabalhos de recuperação. Ele anunciou um investimento de R$ 40 milhões em obras de emergência do túnel extravasor, na rua Quissamã, construído para ajudar a escoar a água.

Segundo o governo, mais de R$ 150 milhões foram destinados para intervenções nos bairros Valparaíso, Castelânea, Morin e Centro.

Em razão das chuvas, a vacinação contra a Covid-19 foi paralisada, e a Secretaria de Educação de Petrópolis decidiu suspender as aulas nas escolas públicas e privadas também nesta terça (22). Diversas ruas estão interditadas, e linhas de ônibus, interrompidas.

"As pessoas afetadas estão recebendo o suporte para as necessidades essenciais e estão sendo cadastradas nos serviços sociais adequados. As demais, que já estavam em atendimento por conta das ocorrências de fevereiro, estão incluídas no programa aluguel social e estão sendo direcionadas para os novos lares", afirmou a prefeitura.

A tempestade também afetou as buscas voluntárias pelos desaparecidos no último desastre. O marceneiro Leandro da Rocha, 48, que tem liderado essas ações, diz que foi surpreendido quando voltava com três companheiros do rio Quitandinha, que transbordou novamente, alagando o centro da cidade.

Desceu água tudo de novo, a cidade está submersa.

Leandro da Rocha, 48

marceneiro

"Desceu água tudo de novo, a cidade está submersa. Eu estou ilhado aqui, consegui parar o carro num ponto mais alto. Muita chuva, muita água descendo de novo, coisas sendo carregadas. Estou aguardando isso tudo parar de novo, não sei o que vai ser. É difícil, tudo de novo, só Deus para nos ajudar mesmo", afirmou.

Em nota, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros disseram que estão mobilizados para prevenir e minimizar os danos causados.

"Em Petrópolis, cerca de 180 militares atuam na resposta às ocorrências provocadas pelas chuvas, com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com suporte dos cães farejadores da corporação", afirmaram.

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