Comércio reabre em Porto de Galinhas após onda de violência

Balneário registrou protestos, tumultos e vandalismo após criança ser morta a tiros

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Salvador

O comércio do balneário de Porto de Galinhas, localizado em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, reabriu neste sábado (2). A localidade enfrenta uma escalada de violência desde a última quarta-feira (30), provocando pânico entre moradores e comerciantes.

A onda de violência eclodiu após a morte, na quarta (30), da menina Heloísa Gabrielle, 6, baleada na comunidade Salinas. Ela brincava no terraço da casa da avó quando foi atingida.

A criança chegou a ser socorrida para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.

Comércio reabriu em Porto de Galinhas neste fim de semana depois de protestos - Sandy James

Moradores acusam a Polícia Militar de ter entrado na localidade atirando. A corporação, por sua vez, diz que os policiais não atiraram a esmo e que houve confronto e troca de tiros no local. O tiroteio teria ocorrido com suspeitos de tráfico de drogas. Pessoas da comunidade negam essa versão.

A Polícia Civil de Pernambuco abriu uma investigação sobre o caso.

O Governo de Pernambuco disse neste sábado que não foram registradas ocorrências de crimes violentos em Ipojuca nas últimas 24 horas e anunciou a instalação de um centro de comando e controle na secretaria de Defesa Social do município, que terá o auxílio de 129 câmeras.

O governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu com o comando da segurança pública de Pernambuco para acompanhar a Operação Porto Seguro e o andamento das investigações da morte da criança.

"O efetivo [da polícia] permanece na cidade e agora com a ajuda das câmeras de monitoramento, que nos possibilitará dar uma resposta ainda mais rápida", disse.

Desde a última quinta (31), há registros de protestos em repulsa ao assassinato e atos de vandalismo em Porto de Galinhas e em Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca.

Na manhã desta sexta (1º), ônibus que saíam do Recife para Porto de Galinhas não seguiam o trajeto completo. Os coletivos paravam no centro de Ipojuca, temendo algum tipo de violência no restante do percurso.

Na noite da quinta, um ônibus que era utilizado por funcionários de hotéis do balneário foi incendiado em uma rodovia da localidade. Apenas o motorista estava no veículo. O Corpo de Bombeiros apagou as chamas e informou que ninguém ficou ferido.

Na mesma madrugada, houve protestos, bloqueios de vias e pessoas correndo pelas ruas em pânico. O acesso a Porto de Galinhas foi interditado em parte da noite por uma manifestação.

O comércio ficou fechado por dois dias consecutivos. Supermercados, lojas, padarias e restaurantes não funcionaram. Ruas e avenidas foram bloqueadas por fogo em pneus e galhos de árvores. Também houve cancelamento de aulas em escolas.

O setor de turismo também foi impactado. Donos de pousadas e hotéis disseram que houve o cancelamento de reservas para o final de semana e temem um efeito dominó para os próximos períodos de descanso, como o feriadão da Semana Santa e o de Tiradentes.

Em nota, o Governo de Pernambuco anunciou que reforçou a segurança de Porto de Galinhas com mais 250 policiais militares e civis enviados ao local.

O governador Paulo Câmara (PSB) disse, em comunicado, que monitorou os protestos em Porto de Galinhas e se solidarizou com a família da menina morta.

"Quero expressar minha solidariedade à família da menina e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no litoral sul", afirmou o governador.

A Prefeitura de Ipojuca manifestou solidariedade à família da menina e lamentou a ocorrência. A gestão municipal também cobrou ao governo estadual mais segurança para moradores e turistas.

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