Descrição de chapéu Alalaô Rio de Janeiro

Escola envolvida no acidente que matou menina na Sapucaí escapa do rebaixamento

Sem punição, Em Cima da Hora ficou em 13º lugar e garantiu diferença de quatro décimos para rebaixada

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Rio de Janeiro

A escola de samba Em Cima da Hora, envolvida no acidente que matou a menina Raquel Antunes da Silva, 11, na dispersão do sambódromo no Rio de Janeiro, ficou em 13º lugar no grupo de Acesso e escapou do rebaixamento.

A agremiação não foi punida com perda de pontos pela Liga-RJ.

A Em Cima da Hora terminou com 268,5 pontos, na frente apenas das escolas rebaixadas para a série Prata, Cubango (268,1) e Santa Cruz (267,8). A Império Serrano foi a campeã dos desfiles e subirá para o grupo Especial do Carnaval.

Marcela Portelinha Antunes (centro), mãe da menina Raquel Antunes da Silva, 11, é amparada no velório da filha - Reprodução/Globonews

Raquel teve as pernas prensadas entre um carro alegórico da Em Cima da Hora e um poste na rua Frei Caneca, no fim da noite de quarta-feira (20), durante a dispersão do desfile.

Ela foi internada no Hospital Municipal Souza Aguiar em estado gravíssimo e teve uma perna amputada, mas não resistiu e morreu às 12h10 de sexta (22).

O enterro da menina ocorreu na tarde de sábado (23), no cemitério do Catumbi, no centro do Rio. Familiares chegaram ao local com uma camisa com a foto de Raquel e os dizeres: "Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós".

O caso está sendo investigado como homicídio culposo pela 6ª delegacia de Polícia Civil, que tem coletado depoimentos e realizado perícias.

A delegada Maria Aparecida Mallet, responsável pelas investigações, diz que as imagens captadas por câmeras de segurança mostram que havia muitas crianças no carro alegórico da escola.

Segundo ela, as imagens das câmeras de segurança contradizem a versão do motorista, que afirmou à polícia não ter visto crianças no local. O homem disse também não ter sido alertado sobre a presença da criança no veículo.

Raquel Antunes da Silva, que morreu no início da tarde desta sexta-feira (22); na quarta, ela foi prensada por um carro alegórico na primeira noite de Carnaval no Rio de Janeiro - Divulgação

No entanto, afirma a delegada, ainda é cedo para apontar culpados ou a causa do acidente. "A gente trata como homicídio culposo, ou seja, é por negligência, imprudência ou imperícia. Vai ser uma dessas ou até mesmo as três."

Após a tragédia, ainda na noite de quarta, o desfile das escolas chegou a ser interrompido para a realização de perícia no local.

Depois do acidente, a pedido do Ministério Público, a Justiça fluminense determinou que todas as escolas do grupo de acesso, especial e mirins façam a escolta de seus carros até seus barracões. A decisão foi do juiz Sandro Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital.

De acordo com a Promotoria, o desfile de quarta violou normas que haviam sido determinadas pela Justiça com antecedência. Em março deste ano, o MP do Rio diz ter enviado aos organizadores do evento recomendações.

"Providenciar seguranças aos carros alegóricos para evitar que crianças e adolescentes se coloquem em riscos, especialmente, nos momentos de concentração e dispersão das escolas de samba", diz um dos itens do documento.

Erramos: o texto foi alterado

A Liga-RJ, e não a Liesa, como publicado em versão anterior deste texto, é a entidade responsável por eventuais punições a escolas de samba do grupo de Acesso, como a Em Cima da Hora.

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