Descrição de chapéu Obituário Alcino Lázaro da Silva (1936 - 2022)

Mortes: Deixou como marcas o respeito e amor ao paciente

Alcino Lázaro da Silva foi o criador de uma técnica para correção de hérnia incisional

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São Paulo

A ética, a fidelidade e amor ao paciente marcaram a trajetória de Alcino Lázaro da Silva, professor emérito da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), professor honoris causa da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória e da Universidade do Vale do Sapucaí (MG), além de uma das maiores referências brasileiras em cirurgia gastroenterológica.

Em 1959, formou-se em medicina na própria UFMG, onde fez doutorado em cirurgia e pós-doutorado. Iniciou a carreira de docente, em 1973.

"Ele era nosso mestre, nosso pai. Foi um dos ícones da cirurgia no Brasil e reconhecido internacionalmente. O professor Alcino criou uma técnica própria de fechamento de hérnias abdominais graves e essa técnica ganhou o mundo. Faz mais de 40 ou 50 anos", afirma o cirurgião vascular Túlio Pinho Navarro, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, onde coordena o serviço de cirurgia vascular, e subcoordenador do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Oftalmologia.

A técnica a que o professor Túlio se refere é a de correção de hérnia incisional.

Alcino Lázaro da Silva (1936-2022)
Alcino Lázaro da Silva (1936-2022) - Bruna Carvalho/Faculdade de Medicina da UFMG

Inventivo e excepcional, segundo Túlio, o professor Alcino Lázaro foi discípulo de um dos pioneiros da cirurgia científica no Brasil, professor João Batista de Resende Alves.

De acordo com a Academia Nacional de Medicina, da qual era membro titular, Alcino dirigiu os hospitais de Oncologia, Borges da Costa e a Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia; foi um dos idealizadores do serviço de cirurgia geral no Hospital Cristiano Machado, cirurgião do Hospital das Clínicas da UFMG, onde também esteve como vice-diretor da Faculdade de Medicina e coordenador da pós-graduação em cirurgia. Além disso, chefiou o serviço de cirurgia do Hospital Municipal de Contagem e presidiu a Fundação de Pesquisa e Ensino em Cirurgia.

"Ele tinha empatia com os pacientes e era fiel a eles. Sempre dizia ‘resolva o problema do paciente’. A sua ética nos marcou. Além de tecnicamente ser um exímio cirurgião, nos ensinava a técnica, como pesquisar, como a mente do médico deveria pensar em termos de pesquisa, como melhorar e as questões ética e humana", diz Túlio, que contabilizou mais de 170 artigos em revistas científicas e 12 livros escritos pelo professor Alcino.

Ao longo das décadas de dedicação à medicina, o pesquisador recebeu dezenas de prêmios e homenagens.

Alcino Lázaro morreu dia 30 de março, aos 86 anos. A causa da morte não foi informada.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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