Descrição de chapéu Obituário Amadeu Fracentesi Castanho (1928 - 2022)

Mortes: Empreendedor por quase 70 anos, não abriu mão de viver a vida

Amadeu Fracentesi Castanho viajou o Brasil e a América do Sul dirigindo, foi radioamador e colecionador de selos e moedas

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São Paulo

Amadeu Fracentesi Castanho foi um homem que não se privou de experimentar a vida. O começo da sua história não foi fácil: aos 14 anos perdeu o pai e precisou trabalhar para ajudar a sustentar a casa.

Iniciou sua trajetória no empreendedorismo ainda cedo. Jovem, fez um curso de montagem de rádios. Ele comprava kits com peças na rua Santa Efigênia, em São Paulo, montava os aparelhos e saía de bonde para vender de porta em porta.

Um pouco mais velho, formou-se contador na Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) e trabalhou em uma loja na rua 25 de Março nessa função até decidir voltar para a sua cidade natal, Piracicaba (a 157 km da capital paulista).

Amadeu Fracentesi Castanho (1928-2022)
Amadeu Fracentesi Castanho (1928-2022) - Arquivo pessoal

"Ele coordenou a área de importação de uma importadora de veículos. Passou de funcionário a responsável pela empresa. Foi aí que começou uma carreira de quase 70 anos empreendendo", diz o filho, Amadeu Castanho Neto, jornalista.

Com a experiência adquirida na importação de veículos, tornou-se sócio de uma empresa que importava tratores. Amadeu conheceu todo o norte do Paraná trajando o característico terno branco dos vendedores dos anos 1940 e 1950.

Segundo o filho, ele fez amizade com diversos agricultores que fundaram cidades da região. Era uma pessoa que, em suma, gostava de gente. E viajava para conhecer gente.

"Quando ia viajar, estudava sobre os lugares, sobre a história. Não era só um turista, ele gostava de conversar com as pessoas, conhecer os lugares a fundo", explica.

De carro, Amadeu conheceu o Brasil e viajou até Natal. Na América do Sul, visitou o Paraguai, o Uruguai, a Argentina e o Chile. "Ele rodou [de carro] toda a Argentina, menos a Patagônia. Cruzou a cordilheira dos Andes da Argentina para o Chile", conta o filho.

As viagens não impediram que Amadeu continuasse a empreender. Quando deixou a importação de tratores, investiu em concessionárias de veículos. Foi sócio de diversas unidades de marcas como Romi-Isetta, Lambretta, Scania, DKW-Vemag, Willys Overland e Volkswagen.

Investiu também em hotelaria e em urbanização. Mesmo após se aposentar, com quase 80 anos, seguiu trabalhando. Foi síndico profissional de condomínios até o nonagésimo aniversário.

Durante a vida, Amadeu cultivou diversos hobbies. Foi radioamador, tendo, inclusive, representado o Brasil em concursos internacionais nas décadas de 1960 e 1970, além de colecionador de selos e moedas e fotógrafo. "Ele gostava de revelar suas fotos e montar álbuns", lembra o filho.

O contador e empreendedor herdou o nome (que também passou ao filho) do seu pai. "Ele gostava muito de estudar a história da família, a árvore genealógica. Gostava muito de ler. Meu pai foi um homem de princípios, ético e honesto pela vida inteira."

Amadeu morreu aos 94 anos de causas naturais. Foi casado com a professora Maria Iomar Palhano Castanho, que morreu há cerca de dez anos.

Ele deixa três filhos —Amadeu Castanho Neto, Renata Palhano Castanho e Cláudia Palhano Castanho—, cinco netos e dois bisnetos.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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