Escritor, jornalista e editor, Rodrigo Novaes de Almeida sempre gostou de escrever. Por isso, trabalhou em diversas editoras, publicou livros, foi finalista do 61º Prêmio Jabuti na categoria contos (em 2019) e chegou a criar uma revista literária para divulgar autores em língua portuguesa.
"Ele era um leitor até maduro para a idade dele", afirma a viúva, Christiane Angelotti.
"Eu li uma redação que ele fez quando criança e já dá para perceber que ele tinha uma sensibilidade. A mãe dele contou depois que o professor chamou ela para conversar porque achou o texto muito triste para uma criança de 9 anos, mas na verdade era um texto bem filosófico", relembra ela.
Carioca do Leme, Almeida já demonstrava desde muito cedo o interesse pela escrita. Na faculdade, fez jornalismo, mas nunca exerceu a profissão. Um tempo depois, fez pós-graduação na área de publisher para se tornar editor.
Nessa época, mudou-se para São Paulo e começou a trabalhar no meio editorial. Durante a carreira teve passagens pelas editoras Apicuri, Saraiva, Ibep, Ática e Estação Liberdade.
Em novembro de 2016, criou a Revista Gueto, uma publicação literária para divulgar e lançar escritores e poetas em língua portuguesa.
"Depois de ficar um ano sem escrever, ele criou a revista para divulgar novos autores e atingir um público leitor fora do mercado editorial. A revista foi uma grande realização dele", relembra Angelotti.
Dois anos depois, Almeida foi convidado para participar da programação paralela da Flip 2018. Segundo a viúva, foi uma grande alegria para ele ter integrado algumas mesas no evento.
Em 2020, o escritor recebeu diagnóstico de câncer e começou um tratamento, mas a doença não o desanimou. Ele manteve um diário e escreveu uma novela inspirada na sua experiência.
"A história do Rodrigo como escritor também permeia a história de amor dele por uma editora. A gente se ajudou muito profissionalmente. Acho que eu tenho a sorte de ter vivido uma história de amor que poucos tem [a oportunidade]. Tínhamos uma parceria total em todas as áreas e o nosso lazer era a literatura", concluiu.
Entre os diversos livros publicados, Almeida é autor de "Das pequenas corrupções cotidianas que nos levam à barbárie e outros contos" (Editora Patuá, 2018), obra finalista do Prêmio Jabuti 2019; "A clareira e a cidade" (Editora Urutau, 2020), "Carnebruta" (Editora Apicuri e Editora Oito e Meio, 2012), entre outros.
No último dia 11 de abril, Rodrigo Novaes de Almeida morreu, aos 45 anos, de câncer. Ele deixa a mulher e uma filha.
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