Descrição de chapéu Obituário Maria Alice Teixeira da Silva (1925 - 2022)

Mortes: Portuguesa, devotou a vida à educação no Brasil

Maria Alice Teixeira da Silva tornou-se freira ainda na juventude

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Salvador

Aos 14 anos, Maria Alice Teixeira da Silva deixou a família para trás na cidade do Porto, em Portugal, para cruzar o Atlântico rumo à Bahia, mais precisamente para a cidade de Ilhéus. Lá ela se encontraria com um dos irmãos para iniciar uma vida devotada à educação.

Na cidade famosa pelos versos de Jorge Amado, estudou o ensino fundamental no Colégio Nossa Senhora da Piedade e, já na capital baiana, cursou o antigo curso secundário no Colégio Nossa Senhora das Mercês, escola criada por freiras ursulinas.

Imagem em primeiro plano mostra mulher idosa posando para foto ao lado de outra mulher
Maria Alice Teixeira da Silva (1925-2022) ao lado da professora Margareth Passos - Reprodução

Católica, ainda na juventude tornou-se freira pela congregação religiosa Filhas do Coração de Maria. Assim, ficou conhecida na sociedade soteropolitana como Irmã Maria.

Em Salvador, graduou-se e especializou-se em várias áreas do conhecimento, como letras neolatinas, teologia e pedagogia. Poliglota com familiaridade em inglês, espanhol, italiano e francês, era especializada em estudos linguísticos e literatura francesa pela Universidade de Paris.

Irmã Maria participou da educação de milhares de soteropolitanos, primeiro, como professora da rede pública estadual. Depois, como uma das fundadoras de diversas unidades de ensino —as mais famosas o Colégio Isba e a Faculdade Social da Bahia.

Ex-reitora da faculdade, hoje chamada de Centro Universitário Social da Bahia, a professora Margareth Passos conviveu com Irmã Maria por mais de duas décadas.

No tempo livre, conta, Irmã Maria cultivava hábitos de leitura, ouvia música clássica, recitava poesias para os mais próximos e fazia longas caminhadas em áreas verdes. Todo dia, tomar sopa de cebola no fim da tarde era praticamente um ritual sagrado.

"Apesar da feição franzina, era uma mulher de uma força extraordinária. Era comedida na alimentação, mas não abria mão da sopinha dela, além de gostar muito de mamão e de uva", recorda Passos, para quem Irmã Maria a ensinou a ser educadora.

Depois da aposentadoria, Irmã Maria mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde morava na Casa Comum das Religiosas. Lá passou os últimos anos na companhia de outras freiras.

No último dia 25, apresentou um desconforto respiratório, o que a levou a ser internada no Hospital São José. Recebeu então o diagnóstico de Covid-19.

Filha de Aurora Guedes da Silva com Joaquim Teixeira de Azevedo, Irmã Maria nasceu em 11 de maio de 1925. Morreu no último dia 27, aos 96 anos, na capital fluminense, em decorrência de complicações do coronavírus.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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