Descrição de chapéu Obituário Agostinho Geraldo Rocha Moretti (1950 - 2022)

Mortes: Radialista, foi guardião da saúde e carnavalesco

Durante décadas, Agostinho Moretti lutou para melhorar o atendimento médico em Jundiaí

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São Paulo

O radialista Agostinho Moretti não precisou ser eleito a nenhum cargo público para brigar pelo direito da população. Desde jovem, era visto como um líder comunitário no bairro da Agapeama, em Jundiaí (50 km ao norte de São Paulo), onde passou a maior parte da vida.

Foram principalmente suas ações pela saúde que o tornaram conhecido no interior do estado. Em meados da década de 1980, por exemplo, ele liderou um movimento para impedir que o setor de oncologia do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, que faz atendimento público até hoje, fosse desativado.

Agostinho Geraldo Rocha Moretti, ao lado da esposa Sônia Maria; radialista, guardião da saúde e carnavalesco morreu no último dia 19 de abril em Jundiaí (SP) - Arquivo Pessoal

Moretti participou do conselho municipal de saúde de Jundiaí, assim como o do hospital, durante décadas. "Ele se envolveu com isso por pelo menos 35 anos", afirmou a filha Lucimara Cristina Guimarães Moretti, 42.

A briga por uma saúde pública melhor tomava boa parte do tempo de Agostinho Moretti, mas nunca foi seu ganha-pão. Ele trabalhou como locutor e teve um programa de entrevistas na antiga rádio Notícias, também na década de 1980. Depois, quando a emissora mudou de nome e se tornou 105 FM, chegou ao cargo de diretor.

No estúdio de rádio, lançou cantores e grupos musicais, principalmente de samba e pagode, e levou artistas famosos para se apresentarem em Jundiaí.

Sua paixão pelo Carnaval o levou à direção da Mocidade Alegre da Agapeama, quando a agremiação passou de bloco para escola de samba, em 1982. Ficou na presidência até 1991.

"Fomos vice-campeões umas sete ou oito vezes", afirma Lucimara, lembrando que sua casa foi transformada em filial da escola, onde fantasias eram costuradas e partes de carros alegóricos, montadas. Em 1991, colocou no desfile uma mulher nua, que teve o corpo pintado por um artista plástico.

Nos últimos anos, até se aposentar, Moretti trabalhou com carro de som e panfletagem, mas sem nunca abandonar as cobranças por políticas de saúde.

Em 2018, descobriu um câncer no intestino. No ano seguinte, passou a lutar contra um tumor no pulmão. No início de março passado, foi internado e não voltou mais para casa. Passou 37 dias sob cuidados médicos na ala do hospital que 40 anos antes brigou para não ser fechada.

Nascido em 20 de janeiro de 1950, em Rio Claro, Moretti morreu aos 72 anos no último dia 19. Deixa a mulher Sônia Maria, os filhos Lucimara, Daniele e Carlos Henrique, e cinco netos —sendo um deles filho de uma das três crianças que adotou provisoriamente no passado, e que o chamava de avô.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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