Descrição de chapéu cracolândia

Ação da Guarda Civil na cracolândia fecha ruas no centro de São Paulo

Operação ocorreu na manhã desta quinta; frequentadores do local colocaram fogo na via

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São Paulo

Uma ação da GCM (Guarda Civil Metropolitana), em conjunto com a Polícia Militar, provocou o fechamento de ruas no entorno da praça Princesa Isabel, em Campos Elíseos, centro de São Paulo, para onde a cracolândia se mudou recentemente. A operação ocorreu na manhã desta quinta-feira (5)

Segundo relatos de quem acompanhou a ação, houve confronto entre guardas-civis e usuários de drogas, com o uso de bombas. Procurada, a GCM não retornou até a publicação desta reportagem. À Folha um agente afirmou que frequentadores do local e pessoas que moram na praça atiraram pratos e outros objetos neles.

Carros da Guarda Civil Metropolitana na rua General Rondon, que dá acesso à praça Princesa Isabel e foi fechada ao trânsito durante ação da GCM na cracolândia - Fábio Pescarini/Folhapress

Segundo um policial militar, frequentadores do local colocaram fogo na pista da esquerda da avenida Duque de Caxias. O trecho foi interditado ao trânsito entre a alameda Barão de Limeira e a avenida Rio Branco.

Outras ruas, como Conselheiro Nébias e General Rondon, também foram bloqueadas pela Polícia Militar, além de todo o entorno da praça. PMs que participaram da ação disseram que apenas deram apoio à Guarda.

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (órgão ao qual a GCM é subordinada) disse que um grupo de pessoas arremessou objetos na direção de guardas que estavam na praça Princesa Isabel. "Diante do ataque, a fim de conter a ação dos agressores, garantir a integridade física dos agentes e restabelecer a ordem, foi necessário o uso moderado da força", afirmou o texto.

Em nota, a Polícia Militar disse que durante os trabalhos de zeladoria e limpeza na praça, e em imediações, profissionais da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) foram hostilizados por dependentes químicos. Por isso, afirmou a PM, equipes da Guarda Civil Metropolitana "intervieram para dispersão e restauração da ordem".

"Uma viatura da Polícia Militar, que estava estacionada nas proximidades, foi danificada no para-brisa por uma pedra lançada por um dependente químico", disse a PM. "Ele foi identificado, detido e encaminhado ao 2º distrito policial. Por volta ", afirmou a Secretaria da Segurança Pública, do governo estadual, sem dizer se o homem foi solto depois.

A corporação afirmou ainda que interrompeu o trânsito para evitar que as pessoas ficassem feridas na ação —ninguém se machucou. "As principais vias ao redor foram interditadas e o fluxo de veículos foi desviado para preservar a integridade dos condutores e transeuntes", disse a nota.

Lojas de acessórios de veículos na avenida Duque de Caxias estavam com as portas abaixadas e só começaram a reabrir por volta de 12h10, quando aos poucos o trânsito passou a ser liberado.

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo instalou grades para dividir a praça Princesa Isabel, separando assim frequentadores e moradores de rua das equipes que trabalham no projeto de revitalização do local, que fica no centro da capital paulista.

Em março, a praça se tornou o novo endereço da cracolândia, depois que os usuários de drogas deixaram o entorno da praça Júlio Prestes, que fica a poucas quadras de distância.

Há divergências, contudo, entre versões da polícia, da prefeitura e de integrantes de movimentos sociais sobre o que motivou a mudança.

O fim da cracolândia chegou a ser anunciado pelo então prefeito de São Paulo, João Doria, em maio de 2017, após ação policial que desmantelou a feira de drogas que ocorria a céu aberto.

Os usuários de drogas passaram alguns dias aglomerados na praça Princesa Isabel e voltaram a ocupar as ruas no entorno da praça Júlio Prestes logo depois

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