Descrição de chapéu cracolândia

Ação na cracolândia prendeu chefe do tráfico e inflou preço do crack, diz polícia

Valor da pedra mais que dobrou após operações como a da praça Princesa Isabel, segundo investigadores; houve 6 prisões

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São Paulo

A operação coordenada pela Polícia Civil na nova cracolândia na praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo, durante a madrugada de quarta-feira (11), resultou na prisão de seis homens pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e associação para o tráfico. O balanço foi atualizado na manhã desta quinta-feira (12).

Entre os presos está um homem, de 22 anos, conhecido como Filé com fritas. Conforme a polícia, seu apelido teria sido dado devido à sua ascensão no tráfico, em caso semelhante a um personagem do filme "Cidade de Deus", em que um adolescente deu início a sua vida no crime entregando refeições aos traficantes até chegar ao posto mais alto.

Contra o suspeito havia um mandado de prisão temporária expedido através da Operação Caronte, que visa sufocar o tráfico na região.

Guardas-civis metropolitanos apresentam objetos e dinheiro apreendidos durante a ação na cracolândia
Guardas-civis metropolitanos apresentam objetos e dinheiro apreendidos durante a megaoperação contra o tráfico de drogas na praça Princesa Isabel, nesta quarta (11) - Danilo Verpa/Folhapress

De acordo com o delegado Roberto Monteiro, o homem era um dos chefes do tráfico na praça e já vinha sendo monitorado por policiais infiltrados junto ao fluxo da nova cracolândia. O jovem, inclusive, já havia sido flagrado sentado em uma das bancas de comercialização de drogas.

Filé com fritas já tinha antecedentes na polícia. Em sua ficha constam duas passagens por furto, uma por dano e outra por tráfico. Anteriormente, a Polícia Civil havia mencionado uma passagem por violência doméstica, o que foi retificado nesta quinta-feira (12).

Segundo a Polícia Civil, Filé com fritas permaneceu calado durante seu depoimento e também não apresentou advogado.

Durante a incursão, 20 pessoas chegaram a ser conduzidas para a delegacia, mas 15 delas foram liberadas após averiguação. Depois, um homem que era foragido da Justiça também foi preso na ação.

De acordo com a Polícia Civil, para a operação na praça Princesa Isabel foram utilizados 300 PMs, 200 policiais civis e 150 guardas, que tinham a intenção de cumprir 37 mandados de prisão. No entanto, o que se viu foi um número bem menor de presos e uma quantidade não divulgada de apreensão de cocaína, maconha e crack.

O delegado justificou que a área não é propensa para grandes apreensões de entorpecentes, já que os usuários buscam por pequenas quantidades de drogas.

"A característica desse tráfico, o microtráfico, inclusive de organização criminosa, na Cracolândia da praça Júlio Prestes e nesse fluxo da Princesa Isabel é justamente a venda em pequenas quantidades", explicou.

Durante entrevista coletiva na sede da 1° Seccional Centro, onde também está localizado o 3° DP (Campos Elíseos), Roberto Monteiro contou que as operações contínuas na antiga e na nova Cracolândia fizeram que o valor da pedra de crack fosse reajustado pelo crime organizado.

"Houve uma inflação do crack. Nós começamos com a pedra custando R$ 20 e tínhamos notícia recentemente da pedra custando R$ 50. De R$ 40 a R$ 50 o crack ali vendido na praça Princesa Isabel, justamente pela repressão policial".

Além dos detidos, ainda houve apreensão de três armas falsas, 19 balanças de precisão, 14 facas e aparelhos celular.

A Polícia Civil ainda informou ter localizado e apreendido quatro cadernos com anotações de contabilidade e documentos como RG, CPF e título de eleitor

Também foram apreendidos R$ 3.640 em dinheiro.

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