Foragido condenado por mais de 100 estupros é preso após fuga de presídio

Wanderson Alves Carvalho, de Goiás, ficou quase cinco meses foragido

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Goiânia

Condenado a 196 anos e oito meses de prisão por ter cometido ao menos cem estupros, além de outros crimes, um homem de 47 anos foi recapturado pela polícia de Goiás em Belém, no Pará, após negociação com a defesa.

Wanderson Alves Carvalho, conhecido por Dentinho, ficou quase cinco meses foragido.

Segundo seu advogado, Rodrigo da Silva Santos, a previsão é que ele desembarque em Goiânia no fim da noite desta terça-feira (17), dois dias depois de ser recapturado em uma praça pública da capital paraense.

homem segura placa com numeração com fundo da polícia civil atrás
Wanderson Alves Carvalho, 47, condenado por ao menos 100 estupros e outros crimes, foi recapturado no Pará - Divulgação/DGAP

Dentinho, que tem uma companheira e dois filhos de outra relação, fugiu da prisão em 17 de dezembro do ano passado, 17 anos depois de ser levado para o sistema penitenciário goiano. Ele cumpria pena na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital do estado.

Delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Alexandre Lourenço disse que Dentinho será interrogado assim que chegar à capital no inquérito que apura as circunstâncias da fuga. O objetivo é saber se ele teve, ou não, auxílio de terceiros para sair do presídio.

O diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires Nicolau do Nascimento, disse que foi instaurada uma sindicância. "Todos os levantamentos sobre a fuga dele já estavam sendo feitos. Com a prisão, vai ser possível [realizar] a ligação sobre as circunstâncias da fuga e possível apoio de alguém", afirmou.

No total, Dentinho acumula 32 condenações por diversos crimes, entre os quais estupro, violação sexual e roubo —cada processo tem mais de uma vítima.

Antes da fuga, Dentinho cumpria pena em uma área da POG chamada de módulo de respeito, destinado a presos que trabalham e são avaliados com bom comportamento pela administração do presídio. Ele atuava no serviço de limpeza e manutenção e, dessa forma, aproveitou-se do livre acesso a outras áreas para fugir.

A administração penitenciária disse que, no dia da fuga, Dentinho havia sido escoltado do presídio até a base do Grupo de Guaritas e Muralhas para realizar os trabalhos. No início da noite, as equipes do GGM que retornaram à POG perceberam que o preso não havia voltado para o estabelecimento prisional.

O advogado de Dentinho afirmou que seu cliente estava apreensivo porque sua família teria sido coagida por equipes das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) a passar informações sobre seu paradeiro.

Ainda de acordo com a defesa, Dentinho não tinha até então entrado em contato com a família após a fuga e tinha medo de ser morto pelos agentes, por isso, decidiu negociar para se entregar.

Questionada sobre as declarações do advogado, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás disse em nota desconhecer "qualquer circunstância que dê o mínimo de fundamento a alegação da defesa".

Nas últimas semanas, Dentinho ligou para a família dele dizendo que queria se entregar. A mãe dele, então, orientou que o filho falasse com o advogado. "Quando ele entrou em contato comigo, não deu paradeiro certo. A minha orientação foi que ele se entregasse porque poderia ser morto em ação policial, caso fosse encontrado", disse o defensor.

Depois da negociação, policiais penais de Goiás se deslocaram para Belém e recapturaram Dentinho na praça pública. Segundo a investigação, ele estava em uma área da periferia da cidade.

Ao voltar para a penitenciária em Goiás, Dentinho perderá seu direito a trabalho e deve ser isolado no Núcleo de Custódia, presídio de segurança máxima no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Na unidade, ficam presos considerados de alta periculosidade ou que devem ser isolados dos demais para não serem mortos.

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