Descrição de chapéu cracolândia

Moradores do centro protestam no Minhocão contra a cracolândia

Grupo tomou as pistas do elevado com cartazes que criticam a falta de segurança instalada na região desde a operação que dispersou usuários de drogas pelo centro de SP

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São Paulo

Moradores dos bairros Campos Elíseos e Santa Cecília, na região central da capital, ocuparam, por volta das 18h30, as pistas do elevado Presidente João Goulart, na altura da rua Ana Cintra. O grupo se manifesta contra a presença da nova cracolândia na região.

Batendo panelas, com apitos e cornetas, os moradores gritam "fora, cracolândia", além de palavras de ordem contra a prefeitura e o governo do estado.

O grupo diz que o protesto foi um "movimento espontâneo" organizado em grupos de Whatsapp e Telegram. Eles carregavam uma grande faixa que diz "Santa Cecília pede socorro" e cartazes. Em um deles lia-se: "Fora cracolândia! Queremos tranquilidade para sairmos de nossos lares, exercendo nossos direitos de ir e vir!!!"

Moradores do centro de SP protestam contra a cracolândia no Minhocão - Ronny Santos/Folhapress

Um agente da CET que estava no local informou à reportagem que, por causa do protesto, o fechamento do elevado foi antecipado das 20h para as 18h15. Por volta das 19h30 havia lentidão na rua das Palmeiras, como reflexo do bloqueio no Minhocão.

Os moradores pedem mais segurança. Afirmam que a região ficou mais perigosa após o fluxo de usuários de drogas migrar da praça Princesa Isabel, de onde foram retirados durante ação policial no dia 11, para a rua Helvétia com a avenida São João.

Os moradores falaram com a reportagem, mas pediram para não ter os nomes divulgados. Um aposentado de 59 anos afirmou que a cracolândia é um problema de saúde pública e que a responsabilidade não pode cair no colo dos moradores da região.

Já uma moradora afirmou que vive há 46 anos no local, que viu a cracolândia nascer e "ninguém fazer nada".

Uma professora de 29 anos que também aderiu ao protesto afirmou que mudou sua rotina desde a operação que espalhou os usuários de droga pelo bairro. Ela diz que sai de casa só com a identidade, sem celular ou qualquer objeto de valor, pois teme assaltos.

Nova operação

Na quinta-feira (19), uma nova ação policial para dispersar a cracolândia foi deflagrada em um até então recém-montado acampamento na rua Doutor Frederico Steidel, entre as avenidas São João e Duque de Caxias, no centro de São Paulo. Foi a primeira operação da polícia desde a retirada dos usuários da praça Princesa Isabel, no dia 11.

Houve correria no local quando chegaram os agentes da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Moradores de rua e dependentes correram para o terminal Amaral Gurgel.

As pessoas que estavam no chamado fluxo —termo usado para identificar a concentração de usuários de droga— receberam ordens para se sentarem no chão. Um grupo de sete delas passou no portão de uma casa na rua e foi retirado pelos policiais.

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