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Vereador é detido após supostamente chamar PMs de 'canalhas' em São Paulo

Em depoimento, Marcelo Messias disse que não teve a intenção de ofender policiais

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São Paulo

O vereador Marcelo Messias (MDB), da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi imobilizado e detido por policiais militares, na noite do último sábado (30), no Jardim Myrna, zona sul paulistana.

O motivo para a abordagem policial, ocorrida por volta das 19h30, segundo registrado pela Polícia Civil, seria um suposto desacato à Polícia Militar. O vereador teria chamado os PMs de "canalhas", ao microfone, diante de milhares de pessoas que aguardavam, desde as 16h, o início de shows.

Policiais impediram o início dos shows sob justificativa de que um AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) não havia sido emitido para o evento.

Vereador Marcelo Messias (MDB) foi imobilizado por PMs, na noite de sábado (30) , no Jardim Myrna, na zona sul paulistana - Reprodução/Redes sociais

O evento Festa do Trabalhador estava programado para ocorrer no sábado (30) e no domingo (1º).

Por meio de um vídeo compartilhado em suas redes sociais, o vereador disse ter ido ao microfone "para acalmar as pessoas" que aguardavam o início das apresentações artísticas no sábado.

"Ao descer do palco, a PM me deu voz de prisão e as imagens mostram por si a força exacerbada [usada pelos agentes]. Fui detido e levado para a delegacia", afirma o vereador.

Ele se refere a vídeos, que circulam na internet, no quais aparece sendo imobilizado por policiais. O vereador foi algemado e levado ao 101º distrito policial (Jardim da Imbuias).

Conforme registrado na delegacia, PMs solicitaram o AVCB à organização, argumentando que sem ele o evento não poderia ser iniciado. O vereador teria acompanhado a solicitação dos policiais, juntamente com outras autoridades presentes.

Os PMs também afirmaram, ainda de acordo com os registros do DP, que o policiamento da região estaria sendo prejudicado em decorrência do atraso do início das apresentações, que acabaram não ocorrendo no sábado.

Antes do cancelamento dos shows, porém, o vereador subiu ao palco. Ele se apresentou ao público, disse "não saber o que acontecia" para o atraso e acrescentou que "os canalhas não irão calar o povo", supostamente direcionado à PM.

Após as declarações, a PM reforçou ao vereador sobre a impossibilidade de que o evento pudesse ser realizado.

Quando Messias desceu do palco, segundo o relato dos PMs na delegacia, ele foi cercado por 15 pessoas, que teriam tentado impedir a abordagem dos agentes. Vídeos feitos com celulares mostram PMs imobilizando o vereador, enquanto algumas pessoas tentam impedir.

Na delegacia, o vereador afirmou em depoimento que não teve a intenção de ofender os policiais "em nenhum momento". Após conceder informações, ele deixou a delegacia.

De acordo com a assessoria de imprensa do vereador, o evento foi cancelado no sábado e parte das atrações que ocorreria no dia acabou transferida para o domingo (1º).

O prefeito Ricardo Nunes compareceu ao local no segundo dia. Questionada pela Folha, a prefeitura não comentou o caso.

Em nota publicada em suas redes sociais, nesta segunda (2), o vereador confirmou a falta de AVCB no sábado. Ainda segundo o texto, por conta disso, ele subiu ao palco "para acalmar o público."

"Na sequência, o capitão da polícia militar presente no local afirmou que o evento não iria acontecer pela falta de documentação e anunciou minha prisão por desobediência, aplicando uso exagerado de força, inclusive utilizando algemas, sendo que não houve resistência e nem motivo para tal", diz trecho da nota.

O vereador foi questionado pela reportagem, via assessoria de imprensa, se acionou a Corregedoria da PM. Ele não respondeu até a publicação desta reportagem.

Polícia Militar e Secretaria de Estado da Segurança Pública também não se manifestaram sobre o caso até a publicação deste texto.

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