Morre socialite suspeita de mandar assassinar namorado em São Paulo

Anne Cipriano Frigo havia removido tumor no cérebro; ela negava participação no crime

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São Paulo

A socialite Anne Cipriano Frigo, suspeita de encomendar a morte do namorado, Vitor Lúcio Jacinto, 42, em junho de 2021, morreu em decorrência de um tumor no cérebro aos 46 anos. A morte dela foi confirmada pelo advogado Celso Sanchez Vilardi, responsável por sua defesa no caso. A data do óbito não foi informada.

No fim do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo havia concedido prisão domiciliar à socialite e empresária, após ela passar por uma cirurgia para a remoção do tumor no Hospital Albert Einstein.

O tumor foi diagnosticado em exames que Frigo fez depois de ser presa.

A empresária Anne Cipriano Frigo e o namorado Vitor Lúcio Jacinto, morto em SP
A empresária Anne Cipriano Frigo e o então namorado Vitor Lúcio Jacinto - Arquivo pessoal

Enquanto esteve no hospital, ela foi mantida presa com algemas e também ficou acompanhada de escolta. Em 11 de agosto, a socialite chegou a ter a prisão revogada, mas, uma semana depois, a Justiça mandou prendê-la novamente.

Entenda o caso

Segundo as investigações, Frigo teria prometido pagar R$ 200 mil ao corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, uma espécie de "faz tudo" do casal, para executar o crime. Ela negou as acusações.

O corpo de Jacinto foi encontrado na represa Guarapiranga, na zona sul da capital. Ele foi morto com um tiro no coração disparado por Souza, que confessou o crime, segundo a polícia. Em seguida, o assassino ateou fogo no corpo da vítima.

A motivação de Frigo, de acordo com a Polícia Civil, teria sido a descoberta de traições do namorado. A empresária, por sua vez, dizia que o assassinato havia ocorrido devido a uma disputa por seu dinheiro entre o corretor e a vítima.

Em depoimento à Polícia Civil, Frigo admitiu que ficou sabendo da morte do namorado momentos depois do crime, mas só contou para os investigadores quando foi presa, duas semanas após a ocorrência.

Segundo a socialite, ela não revelou a confissão feita pelo corretor de imóveis pois ele teria ameaçado seus filhos. Ela perdeu a guarda das crianças após o divórcio de seu primeiro casamento.

Entre o assassinato e o momento de sua prisão, a empresária levou uma vida normal, o que reforçou a tese de que seria a mandante do crime. Segundo as investigações, ela celebrou seu aniversário de 46 anos em um jantar com amigas poucos dias depois do assassinato.

Herdeira de uma família de industriais, Frigo vivia uma vida luxuosa na Vila Nova Conceição, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Os imóveis de seu prédio são avaliados em cerca de R$ 20 milhões. Ela fundou e presidiu o Museu da Imaginação, um espaço infantil na Lapa (zona oeste).

Segundo a polícia, o casal se conheceu entre 2016 e 2017, enquanto ele trabalhava como segurança de um restaurante. Com o início do namoro, ele passou a ser sustentado por ela e chegou a ganhar um carro de luxo avaliado em R$ 2 milhões.

Em reportagem publicada em julho de 2021 na Folha, o advogado de Frigo disse que estava claro que Souza queria assumir o lugar de Jacinto.

"No fundo, eles [Souza e Jacinto] estavam disputando quem iria fazer as operações de compra e venda de várias coisas. A história dele [Souza] não é verossímil em relação à questão de pagamentos, de valor para matar, porque estava ganhando muito mais do que isso", disse ele, citando negócios como compra e venda de veículos e imóveis.

Ao ser questionado sobre por que o corretor teria implicado a socialite no crime se o objetivo era ficar com ela, o advogado disse que ainda havia questões a serem esclarecidas.

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