Descrição de chapéu Obituário Corita Maria Correa (1953 - 2022)

Mortes: Dedicou maior parte da vida ao amor pela Vai-Vai

Corita Maria Correa integrava a velha guarda da escola de samba de São Paulo

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São Paulo

Pouco tempo depois de chegar a São Paulo, ainda na juventude, Corita Maria Correa, mineira de Campina Verde, foi apresentada ao samba pela irmã Ieda.

A menina tímida, que já havia morado em Barretos, no interior paulista, assustou-se no primeiro dia, mas também ficou encantada com aquela bagunça toda.

Assim, no fim de semana seguinte, estava lá no ensaio de novo. A partir daí se tornaria figura carismática da maior campeã do Carnaval paulistano, a escola de samba Vai-Vai, dona de 15 títulos.

Corita Maria Correa, 68, integrante da velha guarda da escola de samba Vai-Vai, que morreu no último dia 11 - Arquivo pessoal

Corita, que participou dos desfiles desde os tempos em que o Carnaval acontecia no centro de São Paulo, ficou de fora do último, em abril passado, quando já não estava bem de saúde.

Entretanto, segundo a filha Diane Correa Pires de Carvalho, 40, ela não desgrudou os olhos da TV e não poupou críticas à escola do coração, que acabou rebaixada.

"Ela estava muito triste, mas é como sempre dizia: é preciso cair para levantar depois", afirma Diane, que, aos 8 anos, foi convidada para tocar na bateria da Vai-Vai, missão que exerceu até há alguns anos, quando começou a faltar aos ensaios por causa de trabalho.

O fato de a filha ainda pequena estar envolvida nos ensaios é a confirmação de que a vida de Corita sempre esteve ligada ao Carnaval.

Foi numa dessas rodas de samba que conheceu Renato Pires de Carvalho Sobrinho, o Renato Biligran, meia que vestiu as camisas de Palmeiras e São Paulo e comprovou a fama de habilidoso ao driblar o coração da carnavalesca sambista corintiana fervorosa.

Corita, que nos últimos anos integrou a velha guarda da Vai-Vai, trabalhou como babá, desde que chegou com a família a São Paulo —ainda adolescente, já ajudava no sustento da casa.

E, ao seu jeito, tentava formar novos torcedores da escola. Segundo a filha, era comum Corita levar as crianças de que cuidava aos ensaios nos fins de semana da agremiação na Bela Vista, bairro do centro paulistano onde morou durante décadas.

Corita curou-se de um câncer há 11 anos, mas a doença voltou de forma agressiva recentemente.

A representante da velha guarda da Vai-Vai, que aprendeu a sambar com baluartes da escola, morreu no último dia 11 de junho, aos 68 anos. Deixa a filha Diane e um neto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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