Descrição de chapéu Obituário Ernesto Tuneu (1938 - 2022)

Mortes: Nas cabanas que amava, uniu Brasil e Uruguai

Nascido em Montevidéu, o arquiteto Ernesto Tuneu fez carreira em São Paulo

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São Paulo

A paixão pelo desenho era a ferramenta que Ernesto Tuneu utilizava para ajudar o irmão com os trabalhos da faculdade de engenharia. Foi assim que ele começou a desenvolver as habilidades que mais tarde usaria em sua carreira como arquiteto.

Nascido em Montevidéu, no Uruguai, Ernesto era filho de um industrial catalão do setor de metalurgia e de cortiça.

Ernesto Tuneu (1938-2022)
Ernesto Tuneu (1938-2022) - @ernestotuneuarq no Instagram

Em 1953, durante uma viagem ao Brasil, se surpreendeu com as construções de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Assim, em 1969, três anos após concluir o curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Uruguai, se mudou definitivamente para a capital paulista —a revalidação do diploma ocorreu em 1972, pela USP.

Ernesto trabalhou por muitos anos no escritório Croce, Aflalo & Gasperini, no qual participou de diversos projetos e colecionou prêmios. O sucesso continuou quando ele deixou a empresa.

Segundo o advogado Ernesto Tzirulnik, 62, seu genro, ele foi um dos primeiros comerciantes de móveis de design no Brasil, com a loja Design Store.

Outros projetos importantes também fizeram parte de sua carreira, como o restauro do Pavilhão Brasileiro no Giardini, em Veneza.

Ernesto também implementou o projeto e a montagem do pavilhão do Brasil na 7ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.

Em 1952, durante uma viagem para a região dos lagos da Patagônia argentina, ele ficou encantado pelas cabanas locais em troncos de madeira. Quase cinco décadas depois, já nos anos 2000, decidiu se dedicar a essa antiga paixão. Assim, começou a projetar e executar cabanas em madeira, inspirado nas origens de sua família .

A primeira cabana foi construída na Pedra do Baú, no limite entre os municípios de Campos de Jordão e São Bento do Sapucaí, entre São Paulo e Minas Gerais.

"Ele inovou, misturando o estilo das cabanas do Uruguai com a sua arquitetura contemporânea", diz o genro. Além da madeira, que fazia parte da história de sua família desde o início do século passado, utilizava pedra e cerâmica.

Ernesto manteve o sotaque uruguaio por toda a vida. Quem o conhecia afirma que era um homem culto, inteligente, disciplinado, ativo e curioso. Adorava cães.

Ele morreu em 22 de maio, um dia antes de completar 84 anos. O arquiteto deixa a esposa, três filhos, três enteados e 11 netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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