A Polícia Civil realiza nova operação na tarde desta terça-feira (14) na rua Helvétia, no centro de São Paulo, onde um quarteirão é ocupado pela cracolândia desde o dia 20 de maio.
É a quarta ação policial no local em um mês, desde a dispersão de usuários de drogas e traficantes da praça Princesa Isabel.
A ação faz parte da operação Caronte, iniciada em abril do ano passado, e infiltrou investigadores no local para filmar e fotografar casos de tráfico de drogas. Um mês depois, apenas 3 dos 37 alvos foram presos. Um deles foi detido nesta terça-feira (14), segundo a Polícia Civil —uma mulher suspeita de vender drogas nas ruas Helvétia e dos Gusmões, outro ponto de concentração de dependentes químicos no centro.
Outras seis pessoas foram detidas —quatro por tráfico de drogas. Outras duas estavam com tornozeleira eletrônica e eram suspeitas de roubo e furto.
Segundo o delegado Severino Vasconcelos, do 77º DP (Santa Cecília), a nova operação foi definida após aumento de frequentadores no local. Nos últimos dez dias, o número de usuários cresceu de cerca de 250 para 350.
O objetivo da ação é liberar a rua Helvétia para o trânsito de carros ainda nesta terça.
Como nas três outras operações na rua Helvétia, agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e oficiais das polícias Civil e Militar invadiram a rua e mandaram todos se sentarem no chão até que drogas e armas fossem recolhidas. As pessoas foram revistadas.
Desde a ação na praça Princesa Isabel frequentadores da cracolândia se espalharam pelas ruas do centro, onde o uso ostensivo de crack ficou mais evidente.
Pontos que haviam deixado de cooncentrar dependentes químicos, como o entorno da praça Júlio Prestes, onde a cracolândia funcionou por mais de 20 anos, voltaram a ser focos das equipes da GCM há poucos dias.
Outro ponto onde as aglomerações se tornaram frequentes desde a ação na praça Princesa Isabel é o estacionamento de uma agência bancária na avenida Duque de Caxias, ao lado dos conjuntos habitacionais construídos na praça Júlio Prestes para revitalizar a área. Há registro frequente de pequenos fluxos nas ruas Apa e Mauá.
Moradores relatam que a movimentação é intensa durante a noite, o que se repete nas proximidades da Helvétia. A situação mobilizou os vizinhos a organizarem grupos virtuais para reunir relatos de violência e para reclamar com o poder público.
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