Descrição de chapéu Interior de São Paulo

Procissões de Corpus Christi são retomadas no país após dois anos

Fiéis lotam ruas de cidades que realizam tradicionais procissões em celebração à data

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Ribeirão Preto

A madrugada desta quinta-feira (16) começou diferente para Maria José Ferreira Francisco, a dona Teté, que integra a Irmandade Sagrado Coração, em Ouro Preto (MG). Depois de dois anos sem a procissão de Corpus Christi sobre tapetes coloridos, a tradição foi retomada num clima de alegria e fé na cidade mineira.

Ela fez parte de um grupo que foi para às ruas a partir de meia-noite para preparar os tapetes para a celebração, apesar dos termômetros que marcavam 9ºC.

"Já faz mais de 40 anos que passa aqui, a gente trabalha com muita alegria. É na fé, na fé. Sem Ele nada somos. Somos firmes, nos dá força para aguentar as batalhas, os problemas do dia a dia", disse.

Procissão de Corpus Christi da Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto (MG)
Procissão de Corpus Christi da Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto (MG) - Ane Souz/Folhapress

A arrumação terminou às 5h e foi regada a um caldo de feijão servido pelos participantes. A celebração começou na paróquia de Nossa Senhora do Pilar, de onde partiu a procissão até a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e dos Perdões, num trajeto de cerca de três quilômetros.

Foram utilizados 500 quilos de materiais como serragem colorida, cal e pó de café (já usado).

Assim como em Ouro Preto, a comemoração do Corpus Christi depois de dois anos de interrupção por conta das medidas restritivas adotadas em virtude da pandemia da Covid-19 foi marcada por um sentimento de felicidade entre os fiéis de diversas cidades de todo o país.

Na também mineira Sabará, foram confeccionados 400 metros de tapetes com serragem, sal, pó de café, pedrarias e corantes, que resultaram em imagens de Jesus e de cálice de vinho, entre outros elementos religiosos.

As missas começaram às 8h, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro histórico.

Já em Matão, que há mais de sete décadas faz a principal celebração da data no estado de São Paulo, foram utilizadas 70 toneladas de dolomita para enfeitar 12 quarteirões.

Cerca de 500 voluntários participaram da produção dos tapetes em ruas da cidade, que tiveram o trânsito interrompido a partir do fim da tarde de quarta-feira (15).

Dez pontos da região central, entre eles as avenidas Quinze de Novembro, Sete de Setembro e Siqueira Campos, foram interditados para que os fiéis pudessem preparar a celebração para mais de 30 mil visitantes, que nesta quinta participam de missas e eventos musicais, além da tradicional procissão,

Em Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, o centro histórico foi colorido com 60 tapetes, numa extensão de 800 metros, para as celebrações desta quinta.

Foram utilizadas dez toneladas de materiais como serragem, que envolveram 1.200 fiéis em sua produção desde o início da manhã. A tradicional procissão, nesta tarde, deve reunir 30 mil pessoas.

Outras cidades também enfeitaram suas ruas nesta quinta, como Campinas, Jaboticabal, Valinhos, Itapetininga e Sumaré, no interior paulista, e Guarapari (ES).

"Vamos rezar para todos, pedir a Deus que essa pandemia vá embora, para a gente poder trabalhar com menos medo, porque a gente ainda está com muito medo da doença. Já fui vacinada, mas temos de ter os cuidados, ela não está indo embora, não. Faz que vai e volta. Mas o coração de Jesus é tudo para nós", disse dona Teté.

Colaborou ANE SOUZ

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