Sobe para 120 o número de mortes após chuvas em Pernambuco

Desastre supera cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram

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Recife

Subiu para 120 o número de mortos pelas chuvas em Pernambuco, de acordo com balanço divulgado pelo governo estadual na noite desta quarta-feira (1º). Quatro pessoas ainda continuam desaparecidas. Com isso, a tragédia supera chuvas e cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado.

Até a terça-feira (31), eram 106 mortes confirmadas. A enchente de maio de 1966 matou 175 pessoas e continua como o maior desastre da história de Pernambuco.

Equipes trabalham na busca por corpos após deslizamento no Jardim Monte Verde, que fica no limite entre Recife e Jaboatão
Equipes trabalham na busca por corpos após deslizamento no Jardim Monte Verde, que fica no limite entre Recife e Jaboatão - Leo Caldas - 30.mai.22/Folhapress

O Corpo de Bombeiros informou, nesta quarta, que mais cinco corpos foram encontrados: dois na Vila dos Milagres (na zona oeste do Recife), dois em Jaboatão dos Guararapes (na região metropolitana da capital) e uma na cidade de Limoeiro (no agreste).

O óbito em Limoeiro é o primeiro registrado no interior do estado na atual onda de chuvas, que começou na quarta-feira passada (25).

Além disso, o governo disse que o IML (Instituto de Medicina Legal) constatou que mais nove corpos procedentes de unidades de saúde também eram de pessoas que morreram em consequência dos efeitos dos temporais.

As buscas por soterrados seguem em Vila dos Milagres, no Recife, no Curado IV, em Jaboatão, e em Areeiro, em Camaragibe. Mergulhadores dos Bombeiros e da Marinha buscam ainda uma pessoa levada pela enxurrada no bairro de Paratibe, em Paulista, no Grande Recife .

O total de desabrigados foi a 7.312, ainda segundo o balanço. Essas pessoas estão em 66 abrigos localizados em 27 municípios. Diversas campanhas de doação foram abertas para ajudar famílias atingidas.

O número de municípios que decretaram situação de emergência segue em 24: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré da Mata, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho, São Vicente Ferrer, Paudalho, Paulista, Goiana, Timbaúba, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Abreu e Lima, Araçoiaba, Igarassu, Aliança, Glória do Goitá, Vicência, Bom Jardim, Limoeiro e Passira. O governo estadual também decretou emergência.

Bombeiros enviados pelo governo da Paraíba e profissionais especializados no atendimento a casos de deslizamentos de Minas Gerais também reforçam as equipes de resgate. Um grupo da Defesa Civil do Rio de Janeiro está no Recife para reforçar o atendimento.

Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram desastres naturais que somaram mais de 400 mortes nos últimos seis meses.

Entre 17 e 18 e julho de 1975, o Recife teve um forte temporal que deixou a cidade submersa após o Rio Capibaribe, que corta a cidade, transbordar. Outras 25 cidades banhadas pelo rio foram afetadas pelo avanço da água. Além dos 107 que foram a óbito, outros 350 mil ficaram desabrigados ou desalojados.

Há 48 anos, a maior parte da cidade ficou sem energia elétrica, hospitais afetados pela água e ruas intransitáveis, deixando o transporte apenas a cargo de barcos.

As mortes das cheias de 1975 se deram pela ingestão de água contaminada, afogamentos e problemas cardíacos pelo pânico causado pelos alagamentos.

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